sexta-feira, 15 de abril de 2022

Falácia

Existe muita falácia travestida de inteligência no mundo. Por isso damos tanto ouvidos a coisas que podem parecer inteligentes, mas não passam de argumentos imaturos de gente que morreu sem aprender a viver. Porque queremos ouvir o que nos agrada, o que nos acaricia o ego, o que conforta nossas vontades, mas não queremos ouvir a verdade dolorida do autossacrifício em prol de um bem maior.


É fácil fazermos as coisas sem medirmos as consequências, é fácil arrumar um paliativo para desfazer as consequências de um ato impensado e seguir errando o mesmo erro. Difícil é repensar conceitos, reavaliar a própria vida, refletir sobre mudanças necessárias para se manter o rumo. É fácil fugir da responsabilidade de viver algo fora do compreensível, claro... Muito fácil! Às vezes somos como crianças, queremos dirigir um carro sem saber nem ligar a chave, queremos da mesma forma assumir um relacionamento sem entendermos que do outro lado existe uma outra cabeça pensante com os mesmos problemas que você, e se não dá certo, é porque o carro está com defeito ou a pessoa que não te compreende direito.


Por isso abortamos sonhos, realizamos tudo de qualquer maneira, queremos o benefício sem a responsabilidade, sem o sacrifício, sem a dor do trabalho exaustivo de se construir e reconstruir todos os dias em prol da própria evolução emocional. Tem muita fala motivacional por aí, vazia de exemplos, vazia de conteúdo, só emotividade e música de fundo. É isso que queremos para o futuro? É isso que queremos? Aplaudir uma fala burra de alguém que não sabe o que diz porque nunca aprendeu a viver? Que não soube lidar com as próprias demandas e quer dizer ao mundo como se faz para alcançar algo que ela mesmo não conseguiu?


Viver é caro demais! Exige renúncias, exige sacrifícios, exige disciplina, exige reflexão diária! Não é uma falácia bem pintadinha que vai fazer com que o quadro seja real, porque a vida é muito maior que um quadro, ela extrapola a moldura do ser. Antes de nos deixarmos levar pela emoção de palavras bonitas, que tal conhecermos um pouco mais profundamente sobre quem as diz e qual é o contexto em que aquela pessoa está inserida!?


Há muito mais a se dizer em uma única letra verdadeira, do que em todo um livro de histórias vazias.

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