quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Presente

É assustador pensar no que podemos ser para alguém. Vilões, heróis, coadjuvantes, figurantes, revelações...

Isso tudo de uma hora pra outra tudo muda, tudo parece certo e no outro dia só restam cinzas, ou que parecem cinzas de uma guerra ressurge com imensa luz.

Às vezes queremos estar perto de quem nem sabe da nossa existência, às vezes decepcionamos quem gostamos, deixamos passar quem se importa e nos aproximamos com falsas esperanças, quem nem esperávamos passa a fazer diferença no exato momento em que aparece, mas cabe a nós esperar o momento certo, cabe em cada momento sua certeza, cabe colocar em Deus a nossa esperança e acreditar que o melhor é o que há de vir e o momento presente.

Sem que a gente se deixe levar pelos momentos, sejam de raiva, de dor, de solidão ou de simples análise.
Se não foi, não era pra ser. Se deixou de ser, não se culpe e nem culpe as circunstâncias. Se liberte dos medos, das mágoas e das percepções erradas. Se liberte dos complexos, dos fatos passados.

Você será muito feliz!

Então, aquele abraço que foi dado, o carinho recebido, um beijo na testa, uma palavra de conforto, tudo isso não terá sido feito em vão se você acredita que qualquer atitude na nossa vida deve ser revidada com o ato simples de amar.
Seja dado o amor como moeda de troca, mesmo que tenham te batido, te humilhado, te crucificado, o amor ainda assim deve ser a única forma de trocarmos com alguém aquilo que recebemos.
Só o amor pode ser capaz de transformar um rio morto em um mar de vida, um vale seco em uma floresta e tirar sorrisos de pessoas sofridas.

A vida é breve, a vida é brisa!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Leveza infante

Eu admiro suas pequenas grandes proezas, admiro a sua inteligência, postura e sua dedicação ao que faz. Me orgulho ao ver a seriedade que dá ao fazer o seu trabalho, e apesar de toda a vontade que tenho de te enforcar, mesmo com raiva de você, eu te olho de relance com carinho, eu ando meio passo atrás para olhar seus movimentos, eu paro meu mundo de questionamentos para observar o seu. Eu não consigo deitar na cama sem passar minha mão no seu corpo e sentir sua nudez extra corpórea. Eu me encanto pelo seu sorriso e pela sua persistência em dividir seu mundo com o meu.
Não sei se isso é amor, não sei se o amor pode ser tão tempestuoso, mas se isso é amor, então espero que seja real. Deixe o amor se fazer leve, não deixe que as cobranças diárias por resultados transformem o amor em uma empresa, que saibamos gerenciar nossas sensações e aproveitar o que o momento nos revela.
A vida pode sim ser mais leve, um presente pode sim ser especial, um beijo demorado pode acariciar um coração dolorido, nossas expectativas de superação podem dar lugar a um relacionamento completamente diferente quando deixarmos o padrão de lado. Soltemos as correntes que nos prendem em nossos mundos e nos fazem prisioneiros dos nossos monstros e razões e seguremos as fitas que nos levam a voar no balão de ar, que sem destino pode pousar em qualquer lugar, revelando inumeras paisagens que evitamos antes de olhar, por seguirmos mapas demais, por medo de nos perdermos de nós mesmos no caminho.
Nenhum relacionamento é igual ao outro, ninguém vai ser 100% o que a gente sonhou, mas aos poucos nossa realidade pode substituir a ansiedade de querer seguir uma reta até o final pela curiosidade de contornar as curvas com leveza e espírito aventureiro, como uma trilha que nos leva ao ribeiro, mas contornamos pedras e desfiladeiros com o prazer de saber que estamos chegando e aproveitando o caminho e reverenciando a beleza ao redor.

Aquele eu

Aquele eu que existia num passado distante talvez não exista mais, nem volte a existir da forma que era. O eu que existe hoje parece refletir esse passado distante, mas está em busca de um futuro mais brilhante. Se esse eu não tivesse passado por tudo que passou pra chegar aqui, talvez nunca tivesse sido eu.
Aquela foto antiga que eu nunca apaguei, aquele post que hoje é ridículo, aquelas expressões que só eu fazia, aquelas opiniões que eu dava, aquilo tudo era eu, aquilo ainda sou eu e nunca deixou de ser.
Não há motivos para fingir ser o que nunca fui, fingir que nunca senti o que já doeu demais, negar que amei quando já amei sem medir, ou dizer que nunca errei sendo o maior dos pecadores. Não há motivos para esconder as vergonhas debaixo do tapete, jogar as glórias no lixo, nem exorcizar os meus fracassos, porque eu sou tudo isso que já vivi, eu sou as marcas que deixei no tempo e as escolhas que trouxeram e levaram pessoas que me marcaram.
Não espero que o tempo ou as pessoas voltem atrás, apesar de já ter tido esperanças disso, já quis causar um efeito borboleta, ter o controle remoto do tempo, navegar de volta nas águas da vida e parar as tempestades que vieram, mas percebi que não adianta tentar parar o universo, o aprendizado é o que nos faz ser quem somos e dar origem ao que ainda vamos ser.
Aquele eu ainda sou eu, a essência sou eu, admito que cresci, admito que doeu crescer e não pretendo me conformar em continuar a ser o que ainda sou. Aquele eu ainda grita algumas vezes, ainda se desespera, ainda se confronta, aquele eu é tão humano quanto eu e vai sangrar sempre que houver uma ferida, sempre vai chorar se houver uma lágrima, e sempre vai acreditar enquanto houver oportunidade de lutar!
Muito prazer! Eu sou aquele eu que você ainda vai conhecer.