domingo, 29 de setembro de 2019

Meus versos sem padrão

O que caracteriza nas palavras que elas sejam ou não  poesias?
Versos controversos dentro de uma fria regra?
Porém repletos de palavras ditas vazias?
Ou sentimentos revelando verdades na íntegra?

Uma dor com estrofes padronizadas.
Não podem refletir a verdade do sentir,
O ponto e vírgula se evaporam no fluir,
Das lágrimas poéticas desenquadradas.

Eu quero deixar o óbvio declarado,
Não me importo com a métrica nas sílabas tônicas.
Não me importo em quantas vezes vou rimar errado,
Eu não quero viver nessa sociedade lacônica.

Eu escrevo sobre a liberdade que se quebra sobre o mar.
Da mesma forma que falo sobre o brilhos das estrelas,
Elas que brilham na profundeza no seu olhar.
Por lembrar nosso abraço entre fagulhas e centelhas.

Eu só quero falar de amor!
Não me importa quantas palavras eu use!
Quem sabe eu escreva sobre o lápis de cor,
Que pelo menos algo de mim não me recuse.

Eu quero escrever longamente,
Sobre tudo que me vem no coração.
Eu viverei enquanto houver inspiração,
Até que do meu silêncio todo o resto se torne semente.

Das raízes se gritem sonetos cantados,
Odes venham leves das flores,
Das folhas fluam trovas multicores
Até que o mundo seja pela poesia infectado.

Não importa se rima ou não,
Eu quero me livrar da escuridão,
Haja luz! Disse o criador em ação.
Que a poesia seja o centro da criação!
Sendo em nós uma das formas de legítima adoração.

Eu so quero escrever no caderno.
Da eternidade que desceu na terra por mim,
Nasceu, viveu, morreu e não teve fim.
Eu quero declarar o meu amor Eterno.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

O reencontro (Parte 1)

Eu olhava para ela, num misto de surpresa e emoção. Não sabia bem o que esperar no primeiro momento, nem sabia o que viria após as primeiras palavras, se é que elas viriam. O suor, a ansiedade e os tremores percorriam todo o meu corpo e pelo que pude ver, não era muito diferente do outro lado. Estávamos nós, no meio da sala, ou no meio da rua, naquele momento não importava muito o lugar, talvez todo o universo teria deixado desistir com o nosso reencontro e nem perceberiamos se o chão estaria abaixo ou acima de nós. Só o que existia eram as nuvens primordiais da existência, porque todo o resto já não tinha foco ao nosso olhar, todo o resto era irremediavelmente nada. Passado e futuro congelados naquele momento, o relógio digital no braço esquerdo dela travado na exata hora do nosso encontro.

Ela estava vestida com uma blusa azul, que realçada seus ombros e o decote que me levava a lembrar dos nossos momentos de intimidade, uma minissaia parecida com a do nosso primeiro encontro e um allstar preto. Algo novo parecia estar marcado no corpo dela, uma tatuagem pequena de estrela e um piercing no nariz davam uma nova entonação em sua personalidade. Eu estava com uma camisa preta do Super Mario, uma bermuda marrom amarrotada e chinelo, nada exatamente especial para quem passou uma parte da vida em outras viagens até aquele momento. Era um reencontro criado pelo destino, por Deus, acreditem vocês no que acreditarem, mas era um momento surreal, supreterreno.

Quando uma eternidade passou, o relógio ainda apontava a mesma hora, provavelmente se passaram entre 10 e 30 segundos, poderiam ter passado algumas horas que eu nem ligaria de continuar na frente dela. Até que surge a primeira fala dela no diálogo:

- Oi, tudo bem?

O universo desaba ao meu redor, os buracos negros e galáxias se colapsar enquanto eu tenho retomar meu fôlego, afinal, quem nunca teve um grande amor da adolescência na sua frente depois de uma vida separados?

- Oi, amor... - Interrompi e retomei a fala - Oi... tudo bem?

Após esse breve diálogo marcado pelo nervosismo nos abraçamos e sentimos as batidas do coração um do outro enquanto terremotos e maremotos invadiam a orla da minha alma e bagunçavam as fronteiras dos meus sentidos, seguido de um beijo acalorado no rosto, quase na boca, quase esquecendo o tempo que havia passado e a distância que estivemos nestes longos anos.

Continua...

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

5 verdades sobre o amor

Algumas coisas merecem ser ditas aqui sobre o amor entre casais:

1- O amor suporta todas as adversidades, suporta intempéries, perdas, tristezas e crises. Tudo de externo e interno que abala a nossa caminhada enquanto seres humanos relacionais. Conversa, respeito, cumplicidade, amizade e compreensão devem ser parte do cotidiano de quem entendeu que ama e é amado por alguém.

2- O amor não suporta abusos, gritos, chantagens, traições, agressões, desmandos, ciúmes ou prisões. Isso não é amor, o amor jamais está onde o ser humano é diminuído ao status de um objeto, onde o seu uso vai do interesse do alheio.

3- O amor verdadeiro reconhece as limitações e admira as capacidades contidas no outro, ou seja, não há insuficiência, e mesmo os defeitos são compreendidos como parte da essência e da particularidade do ser, respeitando a individualidade existente em cada um.

4- Jogos de conquista não conquistam ninguém, se alguém quer alguma coisa, abre o jogo e fala. Como diz o ditado: quando um não quer, dois não brigam.

5- Não existem relacionamentos perfeitos, briguinhas bestas vão existir ao longo do caminho. Não fantasie o outro daquilo que ele nunca foi, nem se fantasie para ninguém. Mostre suas verdades e aceite as verdades que lhe são apresentadas.

 - Pedro Garrido

Tiras

Quantas vezes nos acostumamos a andar com a tira do chinelo arrebentada, porque não queremos trocar, não temos como trocar no momento, Não queremos lidar com a mudança, Não queremos gastar dinheiro, ou simplesmente por causa do apelo emocional das lembranças que aquele chinelo nos oferece?

Caminhamos tortamente sem perceber o tamanho da limitação que aquela tira arrebentada nos proporciona. Se antes andávamos a plenos pulmões olhando para o alto, hoje nossos olhares estão convergindo para o chão, se corríamos para onde queríamos, agora estamos arrastando nossos pés, se antes éramos felizes, hoje o passado se prende na tira ficou do chinelo que não serve mais.

Por que uma tira pode ser tão importante assim? Não sei! Pode ser um amor, um trabalho, um sentido da vida, uma imagem do passado, uma parte de você que já deveria deixar de existir, mas essa parte teima em permanecer e isso acaba por te diminuir, te fazer andar e dormir em posição fetal, enquanto a liberdade te convida a voar.


Quantas vezes a gente segue mancando pela rua, com a tira arrebentada?
Quantas vezes seguimos rumo ao trabalho, com a tira arrebentada?
Quantas vezes seguimos para o mercado com a tira arrebentada?
Quantas vezes seguimos a vida com a tira arrebentada?

Não, Não é a tira do chinelo é a tira da alma! Não é defeito querer ser livre, não é defeito abandonar o que ficou para trás! Não é defeito andar descalço, experimente quebrar esses grilhões!

Tire a sandália dos seus pés, o lugar em que você pisa é santo, essa tira já não vale mais para sua caminhada, está na hora de você voar com todo seu encanto.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Uma lição sobre os erros

Graças aos meus erros, eu pude compreender que os maiores fracassos da minha vida foram decorrentes de uma ansiedade imediatista por realizações, que só poderiam ter acontecido com o processo do aprendizado. Com isso pude entender que todo aprendizado, para que se chegue ao momento da realização, ou do chamado ao sucesso, demanda principalmente de tempo e treinamento.

Do balbuciar sons inaudíveis até o falar com perfeição. Do engatinhar, andar e até conseguir correr. Do leite materno até o feijão com arroz. Do amor adolescente até o casamento. Do primeiro emprego até o próprio negócio. Todo processo de aprendizado, que leva ao aperfeiçoamento e amadurecimento precisa do seu tempo. Toda tentativa resultante do imediatismo leva ao fracasso, mas em boa parte das vezes, o fracasso reconhecido leva ao crescimento.

Mulherão

Toda grande mulher deve ser reconhecida e valorizada por toda a batalha que já enfrentou para chegar onde chegou.

Toda grande mulher que já enfrentou dores, desafios, abandonos e decepções e superou, merece ser reconhecida com toda honra por ser quem ela é.

Toda mulher é grande por si só, merece todo o carinho que se pode e deve dar, merece ter sua voz ouvida, seus sonhos realizados, sua história contada e sua vitória comemorada!

Algumas grandes mulheres não sabem que são grandes ainda, ou esqueceram o quão grandes elas são, não porque elas quiseram esquecer, mas porque ela acreditou nas pessoas erradas, se cercou de pessoas não tão grandes quanto ela e a fizeram acreditar que era pequena, asfixiaram seu sonho e abortaram seu crescimento.

Mulher, você é um mulherão! Não deixe que qualquer um diga o contrário, não se deixe levar por relacionamentos vazios, não deixe seus sonhos morrerem no meio do caminho, não se mate por ideologias passageiras, não se coloque em padrões falsificados, vazios e não perca sua subjetividade para caber em mundos sem identidade.

domingo, 1 de setembro de 2019

Felicidade espontânea

Todo mundo tem direito a felicidade, não aquela felicidade disfarçada, coberta por uma venda, sorriso amarelo, nada disso... Aquela boa felicidade dos sorrisos escangalhados, aquela que tira o seu controle e te faz passar vergonha em público, aquela felicidade plena, infantil, que te faz esquecer todas as cenas medianas da sua vida e só pensar em rir, rir tão gostosamente que contagia até quase virar uma histeria coletiva.

Todo mundo precisa de um momento de felicidade como esse, em que não importe nem a hora nem o lugar, não importe quem está ao redor, aquele momento puro e lúdico que você transcende a própria existência temporal para dar lugar a manifestação do seu espírito, para você ser tão real que não exista nada que seja menor ou mais breve que aquela risada dada, nada mais sobrenaturalmente natural quanto a felicidade genuína de uma pessoa que quebrou o protocolo para ser só ela mesma, tão humana quanto qualquer mortal, porém fora da própria dimensão, em uma espécie de transição entre o universo atual e uma percepção visual de uma teofania vindoura.

Todo mundo tem direito de ter ao menos uma vez essa felicidade na vida, todo mundo merece uma vez na vida sair dessa camisa de força social, criada para que todos sejam incapacitantemente iguais, perigosamente sérios, beirando a fuga chorosa de uma depressão ou da ansiedade de uma sombria revelação. Felicidade sem hora nem lugar, sem padrão, sem regras, sem vergonha. Aquela felicidade que nos faz as pessoas mais idiotas do mundo, mas nos eleva ao padrão de sabedoria maior que qualquer guru das emoções é capaz de alcançar. Essa felicidade não precisa de estudos, análises ou testes em laboratório, não precisa de treinamento para se alcançar, não precisa de rituais religiosos, níveis de compreensão espirituais ou realizações materiais, nada disso leva a uma felicidade plena de consciência. Quando nada ao redor faz sentido, quando a consciência perde o próprio sentido de existir, quando não importa mais o êxtase do sentir e você sabe que ser feliz está unicamente em você se reconhecer no direito de sorrir independentemente das mazelas que te assolam, só assim serás feliz, seremos completamente e unicamente felizes, reais, verdadeiramente o que fomos feitos para sermos.

A felicidade suprema dá sentido ao que o homem caído há de ser no seu futuro de redenção, quando alcançar de volta o lugar do qual saiu. Essa felicidade do retorno ao estado original, é o que podemos hoje sentir em parte, e quando ela acontecer não devemos conter os risos, mas neles somos convidados a viver algo que todo ser humano deseja viver novamente, mas poucos possuem a coragem para abandonar a sobriedade de suas carcaças morais para se deixar levar por uma pequena demonstração epifânica da revelação eterna.