quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Aprendizado

 Às vezes a gente aprende mais do que imagina.


Recentemente, comecei a trabalhar em algo novo para mim. Comecei a trabalhar em um call center de hospital e sem saber nada sobre eu me lancei ao desafio. No início deu vontade de desistir, de fugir, de fazer qualquer coisa que evitasse o novo ou que fosse mais difícil, mas percebi que não adianta fugir, não tem como desistir e não dá para evitar o novo ou o difícil na vida. Tudo que fazemos ou passamos nos traz lições importantes, cruciais para o nosso desenvolvimento pessoal.


Sabe, não dá para desistir quando você é quem luta pelos seus sonhos, quando é você que luta pela sua própria sobrevivência. Não dá para desistir e olhar para trás, achando que a zona de conforto é confortável de verdade. Não há nada na zona de conforto além de espinhos dolorosos, o que sentimos quando saímos da zona de conforto é esses espinhos saindo do nosso corpo. Não se pode desistir e achar que há outra forma menos dolorida de recomeçar. Se você desiste agora, não sabe o que pode acontecer depois, se você desiste na mínima dificuldade, não estará preparado para dificuldades maiores e é justamente lidando com a dificuldade que ficamos mais fortes, agregamos mais conhecimento em nossa bagagem e conhecimento não nos pode ser tirado.


Não dá para fugir, simplesmente fingindo que o problema não existe, que a solução do mesmo não depende de você, que outra pessoa pode fazer melhor. Outra pessoa já fez isso antes, outra pessoa talvez tenha fugido, mas você não pode fugir! Há situações na nossa vida que só enfrentando vamos resolver. É como diz na linguagem do futebol " matar no peito", assumir que você tem aquela responsabilidade e fazer acontecer, usar os meios possíveis e necessários para que haja solução, aprender o impossível, se colocar na posição do outro e ir em frente, enfrentando as dificuldades. Assim é, assim foi e assim será. Não se pode fugir da realidade, fechar os olhos para o que é urgente. Só assim seremos mais maduros e responsáveis conosco e com os outros.


Ah, mas dá para transferir responsabilidades, dá para fazer de qualquer jeito, dá para enrolar, esquecer. Não!!! Não dá! Não dá para fazer nada disso! Ou você assume as responsabilidades da vida ou a realidade te engole! Não se pode escapar das dificuldades sem que se as enfrente! Seja no trabalho, no amor, na vida sentimental, em qualquer área da vida. Não se pode criar obstáculos ou fingir algo, fugir do aprendizado, mesmo que dê dor de cabeça e você leia esse texto assim como eu, ao lado de um comprimido para dor.


Você pode chorar, pode se irritar, pode mudar de humor e não dormir bem enquanto o problema existe, isso tudo é natural, mas quando o problema passar, quando a dificuldade for superada, quando a situação se mostrar resolvida, surgirá um enorme aprendizado e se acontecer algo parecido você terá aprendido que foi e sempre será capaz de solucionar tantas quantas forem necessárias as vezes. Outras dificuldades surgirão, as coisas vão mudar de um dia para o outro, a vida vai trazer todo dia uma nova surpresa e vencer cada uma delas nos fará vencedores no final.


Nem sempre você será compreendido, muitas vezes será criticado, nem todo mundo está vendo a sua luta, mas não desista.


A sua vida só depende de você!


Pedro Garrido

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

O inconversável

 


Conversar sobre o inconversável é abrir as entranhas existenciais e descobrir que todos temos as mesmas dores, todos sofremos as mesmas perdas, todos já passamos por fases que pareciam nos devorar, dilemas que pareciam intransponíveis, feridas que pareciam mortais e muito mais... 


Quando nos fechamos em nós mesmos achamos que todas as mazelas do mundo só acontecem conosco e tudo aquilo que vemos nas redes sociais dos outros, as conquistas, realizações, sonhos, sorrisos não são dignos de serem nossos, só os outros possuem. As fotos de redes sociais são no mínimo mentirosas ou omissas, porque as fotos escondem parte da realidade, por isso só quando nos abrimos com alguém é que descobrimos que todos somos iguais, independente das fotos publicadas, todos sofremos igualmente.

Quando tomamos coragem para conversar sobre o inconversável, é como se um mundo de peso saísse das nossas costas, não porque resolvemos nosso problema, pelo contrário, nosso problema continua lá existindo, mas compartilhamos da solidariedade e da experiência que temos, aprendemos com o outro assim como o outro aprende conosco e só de ter essa troca de aprendizados já é um enorme alívio. Não é que eu queira que todos tenham problemas, mas é que quando nos aproximamos do problema do outro nos sentimos mais humanos, menos condicionados a correr em busca de resultados e assumir posturas de liderança ou segurança quando não estamos seguros de nós mesmos.

É verdade! As pessoas choram no banheiro, sentem as pressões da sociedade, gritam e se não aliviam isso, o corpo sente e nos avisa sobre o que precisamos fazer. Por isso consultórios andam cheios de gente que busca soluções tardias e remédios que curem anos em doses cavalares diárias que levam ao sono. Talvez chorar no banheiro, gritar, se isolar ou simplesmente escrever seja uma ponte ou uma porta para levar ao autoconhecimento, por isso, devemos nos abrir de nossas armaduras em alguns momentos, conversar o inconversável e descobrir que somos perfeitamente normais, apesar de tudo. 

O que não tem remédio, remediado está? Conversemos o inconversável!

Pedro Garrido


quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Já teve medo de ser feliz?

Já teve medo de ser feliz? Já teve medo de ver algo bom acontecendo e não ser real, ser passageiro ou você não ser merecedor? Acho que todo mundo já teve esse medo, mas nem todos compartilham suas fraquezas nas redes sociais, né? 


Pois então! Tantas coisas acontecem na nossa vida que em algum momento, depois de quedas, trombadas e acidentes, simplesmente acreditamos que não é bom ser feliz, ou que não é bom demonstrar felicidade por causa de algo bom que acontece. Como resultado, dá até vontade de comemorar uma novidade, um emprego, um relacionamento, um ganho extra, um aniversário, mas a sombra das quedas fica sempre lá martelando "Ah, mas lembra que você comemorou algo e não era aquilo que você pensava?", "Lembra que você se enganou e o resultado não foi o esperado?", "Lembra disso?", "Lembra daquilo outro?"


São tantas as situações que você vive que acaba se lembrando mais das quedas e tropeços do que dos momentos felizes, das conquistas e dos recomeços. Aí a gente até dá um sorriso amarelo, diminui o valor da própria conquista, se humilha na intenção de se dizer humilde e perde a oportunidade de comemorar mesmo os menores sucessos. Todos nós em algum momento já tivemos medo de exercer o direito de demonstrar a felicidade...


E mais questionamentos surgem: "E amanhã, como vai ser?", "Ah, mas você fica feliz por migalhas.", "É isso mesmo que você está comemorando?". As vozes interiores gritam porque as vozes exteriores muitas vezes te diminuíram, diminuíram o valor do seu suor, e por isso você se diminui até caber em um espaço minúsculo se julgando indigno, incapaz de alcançar a felicidade, que, por direito, deveria ser sua.


E quando você vê, já é tarde demais!


O que eu quero dizer com isso tudo é pra você não ter medo de ser feliz e comemorar cada pequena conquista, cada pequeno passinho dado, como se fosse um bebê aprendendo a engatinhar. Não importa o tamanho da sua conquista, só você é responsável pela felicidade, só você sabe o quanto você lutou para conquistar. Para de se diminuir, se conter, tentar caber em espaços ínfimos. Celebre, se regozije, pule, grite, não importa se quem está ao seu lado vai te recriminar, se você mesmo vai se sentir envergonhado depois. Curta o agora, viva cada segundo e centímetro conquistado na sua vida. Mesmo quando parecer passageiro, dúbio ou ridículo, valorize quem você é e o que você fez para chegar onde chegou. Não abra mão disso nunca na sua vida!


Antes de dormir e depois de acordar, seja feliz!


Pedro Garrido