terça-feira, 30 de julho de 2019

O problema dos argumentos vazios

Um dos nossos grandes problemas é que não estamos preparados para dialogar com quem pensa diferente, não estamos com nossa fé, nossa crença ou nossa filosofia de vida enraizadas as nossas práticas diárias. Não temos armas suficientes para expor o nosso pensamento sobre o assunto, nos pautamos em discordar porque discordamos, não porque temos argumentos sólidos válidos para tal. É aí que vemos uma onda surgindo na nossa frente e tentamos não nos afogarmos diante de toda a massa que vem com seus argumentos prontos ideais, que sabendo da deficiência que temos em apresentar algo que vá contra suas sugestões feitas, vão sempre dizer que é impossível discordar pois quem discorda é uma série de adjetivos semiprontos que servem pra qualquer um que ousa levantar um questionamento sobre.

Se nós estamos sem argumentos, eles estão sem tolerância, pois a tolerância que eles pregam é baseada em engolirmos suas ideologias na base da força, assim vamos nos falando e apenas restringindo nossas dúvidas aos nossos grupos desorientados que temem encontrar alguém pra discutir pois fomos rebaixados por um grupo que se diz dono das verdades humanas, como se a sociedade perfeita fosse a regida por eles, numa espécie de positivismo cultural em que nós somos arcaicos, tidos como os homens das cavernas, aos quais ninguém nunca comprovou se realmente eles usavam bastões de madeira para provar masculinidade. Alguns livros foram entendidos errados, outros nem leram os livros que dizem defender, por isso pegaram somente algumas frases deles, sem que se entendesse o contexto histórico para defender tal compreensão sobre o assunto.

Estamos vendo a sociedade se quebrar em diversas partes pois todos discordam entre si e nós que ainda temos nossas opiniões e construções a respeito do que sabemos, estamos sem bases filosóficas pelas quais poderíamos debater de forma superior, superior sim, porque a maioria dos que fazem barulho só repetem palavras de ordem. Mas e nós? Vamos criar palavras de ordem e nos igualarmos a eles ou vamos fundamentar nosso conhecimento? Vamos xingar quem pensa diferente como se isso fosse resolver ou vamos abraçar e compreender com carinho o esforço que eles fazem para quebrar o que consideram nossos tabus?

Todos nós unidos podemos construir sim uma sociedade melhor, quando mesmo discordando, debatemos de forma sólida e competente sobre o que conhecemos, quando usamos tudo que vemos como forma de melhorar a situação social pelo menos da nossa rua ou bairro, até que com isso possamos mudar o país.

Jamais uma guerra ideológica vai trazer vencedores ou resultados quando quem fala mais alto apenas faz barulho ou diminui o outro. É preciso argumentos, é preciso solidez no discurso, é preciso valorizar a história e o contexto de quem expressa suas palavras. Não se pode transformar uma realidade sem antes existir um diálogo sobre como mudar na raiz os problemas que dizemos existir nesta realidade. Não adianta cortar os ramos que crescem nos galhos se os galhos tendem a crescer com mais força e vigor e a raiz continua forte e presa ao lado de uma fonte que jamais vai secar se não fizermos algo.

Não que a fonte precise secar, mas a parte da raiz contaminada que pertence a uma árvore doente precisa ser retirada, mesmo que a terra seja revolvida e escavada para isso, precisamos compreender que os males que se arraigaram a está raiz já afetaram toda a árvore, portanto não adianta querer mudar uma sociedade, apenas aparando parte dos galhos que demonstram os sintomas dessa doença.

É extremamente urgente que se cure a raiz se quisermos salvar a árvore, mas não vai ser com gritos de guerra, palavras de ordem ou ridicularização do diferente que vamos conseguir. Precisamos nos armar do pensamento crítico, da vontade de transformação e colocarmos a mão na massa para que o que estudamos e conhecemos seja visto em prática, discordando, porém dando as mãos em busca de um objetivo em comum. Um país melhor para todos nós!

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Intensidade

Para quem gosta da intensidade: já se imaginaram vivendo em um relacionamento em que a paz é tão intensa que é como se fosse o prenúncio do céu?

Pois então, parem de complicar a própria vida e a vida dos outros achando que relacionamento requer exageros ou jogos! Se o relacionamento é assim, então nunca foi real.

Relacionamento é a soma de duas pessoas que querem chegar ao mesmo destino e apoiam as escolhas um do outro, onde cada um constrói com a segurança de que a outra pessoa não vai abandonar o barco.

Quando um não quer, dois não brigam, não fingem desinteresse para aumentar a atração, não vivem na iminência da traição para aquecer a relação, não diminuem o parceiro ou pretendente para dominá-lo.

Não é difícil ser feliz, o egoísmo é que complica a vida das pessoas e machuca pessoas de bem que querem fazer alguém feliz. Não seja essa pessoa que destrói a autoestima do outro para criar uma falsa imagem de família de sucesso! Muitas vezes o divórcio é decretado muito antes do primeiro beijo ser dado!

Melhores dias

Alguns dos melhores dias das nossas vidas, talvez estejam disfarçados de dias ruins, em que coisas tão ruins acontecem que você pensa não poder ser pior. Aí que se dá a questão, algumas coisas ruins nos acontecem para evitar que seja pior lá na frente, então até os acontecimentos ruins de certa forma acabam sendo bons.

O pior dia da nossa vida pode ter sido o melhor dentro daquele contexto, para que dias realmente melhores possam surgir. Aprendizado e amadurecimento podem vir disfarçados de términos de ciclos e aparentes tragédias.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Mundo virtual

Um mundo virtual ameniza características que pessoalmente não saberíamos lidar em nós e no outro, virtualmente criamos máscaras que cubram um pouco dos nossos defeitos ou personagens que externalizem quem queríamos que fôssemos e não conseguimos ou ainda uma cópia daquilo que outras pessoas que gostamos querem que sejamos.

O problema do mundo virtual é que nos tornamos qualquer pessoa dentro dele, mas fora dele é como se não existissemos, fôssemos mais um numa multidão de pessoas sem rosto, uns em busca de aceitação, outros em busca de identidade, porém todos buscam preencher de alguma forma um vazio que se instalou na vida durante a caminhada.

Existem muitas pessoas boas que estão perdidas neste mundo virtual e que nem sempre percebemos no mudo real que estão desta forma, existem pessoas ruins que se aproveitam dessa perda de rota delas e criam personagens maravilhosos que dizem poder dar sentido e significado a realidade destas pessoas, porém isso se restringe ao mundo virtual. Quando o mundo real acontece para elas, toda a rede de ilusões e descoberta e a cortina de fumaça cai. Para alguns em tempo de escapar, para outros tarde demais.

O celular de hoje é o óculos de realidade alternativa de amanhã, e quem sabe um cabo ligado da matrix ao cérebro no futuro. Quem sabe não estamos ligados agora a um jogo, criando realidades aceitáveis para quem somos, exigindo aceitação de alguém, sem transformação de fato? Quem sabe se nao estamos perdidos tentando encontrar a saída no lugar errado?

Avatares, aplicativos diversos, atores de storys e status em redes sociais, nada disso é o mundo real, algumas vezes é parte dele, mas não é a realidade que buscamos. Estamos nos vestindo de fantasias e não estamos preparados para sermos confrontados com a nossa nudez, por isso ao menor sinal de sermos despidos, nos escondemos nas imagens do Instagram, num jogo de realidade social ou na depressão de não alcançar o padrão de vida e felicidade que outros tantos exibem também sem que seja real.

Por mais complicado que seja viver em um mundo real, por maiores que sejam nossas mazelas e dores, por mais que a nossa vida social não seja tão badalada quanto a de outras pessoas, ainda devemos viver plenamente a nossa vida real, construir os sonhos, estudar, trabalhar, abraçar quem está próximo, olhar para os céus e ver a grandeza do universo e saber que tudo isso é mais real que a realidade encontrada dentro dos inúmeros mundos virtuais que conhecemos. As melhores realizações da nossa vida são as que vivemos e sentimos, são as que nem sempre podemos tocar, mas que por serem reais, não nos podem ser tiradas ao cair da internet.

Viva o mundo real!

sábado, 20 de julho de 2019

Ansiedade

A gente nasce querendo mudar o mundo, tudo em nós parece revolucionário, planejamos, traçamos e desenhamos inúmeros planos para o futuro, o primeiro amor parece o ápice das nossas realizações pessoais, amamos como se não houvesse o amanhã, todas as luzes estão em você e você enfrenta a escuridão do mundo com a ousadia de um guerreiro medieval, queremos colocar em prática tudo que aprendemos achando que somos sabedores dos maiores segredos do universo...

Com o tempo, vamos aprendendo que nem tudo se pode mudar, que muita gente morreu ou deixou seus sonhos morrer no meio do caninho, aprendemos que o futuro não é controlado pelas nossas mãos, ainda sobra um pouco de guerreiro medieval na gente, mas vamos descobrindo que nem todas as luzes são para nós, o primeiro amor não foi tão eterno e nossas armas não serviam para todas as batalhas, o grande guerreiro medieval então cai do cavalo e descobre que precisa se adaptar ao mundo que antes era nosso, descobrimos que o universo é mais secreto e maior que a nossa capacidade de exploração, então acabamos por adaptar também novas rotas menos difíceis para se chegar onde precisa...

Depois de muito cair e aprender, descobrimos algo fatal: Não mudamos o mundo, não fomos tão revolucionários, fomos para caminhos que nunca imaginamos para descobrir novos mundos, alguns destinos traçados não nos levaram ao imaginado, perdemos inúmeros amores acreditando que tudo era perfeito, que existia perfeição dentro da realidade, então fomos ou realistas demais ou sonhadores demais, nos machucamos com nossas armas medievais e quase morremos diversas vezes por cada dor sofrida nas batalhas, descobrimos que o amanhã existe, que luzes se acendem e apagam o tempo todo no nosso caminho, que o nosso crescimento exige essa adaptação, mesmo que venha doer, descobrimos que tudo que aprendemos não é nada e todo conhecinento tem a hora certa de ser aplicado.

Tudo tem um fim... A ansiedade acaba, a revolução, a infância, as paixões, as dores e as armas medievais.

Nos tornamos filósofos, escritores, cancionistas, esperando por um dia em que possa explicar o sentido da vida. Nossos corações acelerados diminuen o ritmo, nossos caminhos se contorcem, nossos sonhos e armas mudam, parece que aprender nos deixa estagnados quanto ao fato das esperanças terem ficado no passado.. O trabalho, as filosofias, faculdades, tudo a nossa volta muda nosso conceito de revolução, somos mais conformados com o mundo, com o nosso próprio eu e com a visão que temos do universo, o amor parece não ser mais tão importante e o coração se esfria para as luzes que se acendem...

Se antes não havia medo de tropeçar, agora andamos com cautela para não nos machucarmos, as cicatrizes nos tornam mais sóbrios, menos medievais e mais observadores...

Quando achamos que nada mudou e olhamos para trás, e vemos que tudo mudou, inclusive o mundo, só que o tempo todo estávamos querendo mudar o mundo errado, com as armas erradas, precisávamos fazer tudo da forma que foi feito para que fossemos quem somos hoje, porque mudamos tanto que nem percebemos que mudávamos o mundo enquanto isso.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Me aproveitar de você

Eu vou me aproveitar de você
Mas não se assuste
Eu não vou te usar
Nem no seu corpo eu vou tocar

Eu vou me aproveitar de você
Mas não como você imaginar
Não vou te causar dor física
Nem vou te acariciar

Quem dera se eu ousasse tal
E ao menos um tapa na cara eu levasse
Seria uma vitória sem igual
Se um dia eu te beijasse

Mas como não é assim
Eu vou escrever versos sem fim
Sobre como você deixou minha mente
Dizendo não sentir o que sente

Na verdade eu não sei o que tu queres
Parece a mais louca das mulheres
Que um dia acabei por encontrar
Enquanto eu queria paz pra descansar

Digna das maiores raivas e loucuras
Dona de espinhos que parecem agulhas
Machucam e desatinam a doer
Em quem só quer o bem querer

Faltam versos pra definir quem és
Prefiro fugir para longe dos teus cordéis
É mais confusa que a pior confusão
Por onde passa é como um furacão

Eu disse que vou te usar
Não saia de perto de mim
Eu quero escrever enfim
Até a raiva passar

Mas continue a me perturbar
Eu não vou nem ligar
Eu só quero escrever
E dizer como me aproveitei de você


Autenticidade de sentimento

De que adianta perder tempo com conversas e argumentos se na maioria das vezes o resultado é o mesmo? Para que perder tempo com algo que claramente não vai agregar nada na sua vida?

Procure por alguém que agregue valores, que seja transparente no que quer dizer, que conte seus maiores sonhos e fique feliz em ouvir os seus, que não faça jogos de conquistas para usar pessoas bem intencionadas ao seu favor, pessoas que saibam da sua importância na vida dela e reconheçam também que são importantes na sua caminhada.

Jogo de gato e rato só funciona em desenho animado. Enquanto estamos na vida real, precisamos valorizar quem nos quer bem, demonstrar sentimentos, dizer a verdade sobre nossas intenções e apoiar quem está ao nosso lado. Existem pessoas muito boas que estão machucadas porque entraram em relacionamentos que não deram certo e estão em busca de alguém melhor para compartilhar suas alegrias e frustrações.

Não machuque mais quem chegou cansado de outras batalhas, quem já veio de outros sofrimentos e só quer um lugar para encontrar a paz. Não faça de si mesmo cemitério para quem chega em busca de descanso. Muitas vezes pessoas que acreditavam estar curadas acabam matando os próprios sentimentos porque estão cansadas de esbarrar com pessoas doentes, armadas até os últimos dentes, quando aquelas só querem um amor para recomeçar.

Se você for escolhido por alguém de bem, que tem todas ou a maioria das qualidades que deseja, comemore! Não tenha medo de se dar oportunidade! Ainda existe chance para recomeçar, porém não perca tempo arrastando pedras que nunca vão sair do lugar. Seja leve como uma pena, aproveite quando o verdadeiro amor chegar!

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Enfrentar a dor

Enfrentar a dor é o que muitas vezes traz de volta nossa humanidade. Nem sempre sabemos lidar com a dor, porém nos afastamos de nós mesmos quando tentamos aliviar temporariamente aquilo que pode ser tratado e eliminado antes que se torne pior. Fugir da dor é fugir de nós mesmos e abandonar as nossas próprias necessidades, como se qualquer outra coisa fosse mais importante que o nosso incômodo.

Não importa o quanto dói ou o quanto ainda vai doer, importa reconhecer a necessidade de lidar com a origem da dor é tratar o problema, seja uma simples dor de dente ou a dor de um amor que se foi. Enfrentar a dor é ser dono da própria existência, a ponto de reconhecer que somos limitados, porém somos muito mais fortes do que acreditávamos ser em momentos de aparente dificuldade.

Tentamos nos mostrar sobrenaturais, criamos uma caricatura de super-heróis, fingimos que está tudo bem, dizemos que somos diferentes, inventamos personagens e vestimos máscaras de felicidade quando não estamos bem, por isso nos afastamos da nossa humanidade e na realidade nos tornamos o oposto do que esperamos, porque suportar a dor não é fácil, eliminar a dor vai ser mais doloroso que manter a origem do incômodo, por isso só vai ser forte quem tiver coragem suficiente para arrancar o mal pela raiz, mesmo que uma parte de si vá junto, ainda que aconteça, é preciso que uma pequena parte se perca para que algo maior e melhor aconteça.

Como já dizia o poeta: " O poeta é um fingidor, finge não ser dor a dor que deveras sente." Porém eu prefiro ser um poeta que se inspira na cura. Eu digo: "O poeta é um vencedor, escreve sobre dores, dores que de fato vence.".

terça-feira, 9 de julho de 2019

Personagens

Muitos de nós dizemos estar curados das nossas mazelas e traumas, sorrimos, brincamos e aconselhamos os outros segundo o nosso testemunho de superação, mas será que realmente superamos? Parece que construímos um personagem para nós daquilo que queríamos ser, e lá no fundo do eu interior a personalidade verdadeira está em constante conflito tentando atestar a confiabilidade do que o personagem diz ao mesmo tempo que trabalha intensamente para que as fraquezas e dores escondidas não venham a tona.

Tudo é uma questão de maturidade; quanto mais amadurecemos, mais somos capazes de nós libertarmos dos personagens, mais temos a capacidade de lidar com nossas frustrações e de exorcizarmos nossos fantasmas. Se algo precisa vir à tona, que venha antes que se torne perigoso, se uma dor precisa ser sentida, que se sinta antes que o mundo desmorone.

Não precisamos nos esforçar para demonstrar felicidade se não estivermos felizes, não precisamos maquiar nossas imagens para fazer com que pessoas se sintam felizes por nós, nada disso importa. Mais vale um mundo interior bem cuidado que vários mundos se tornando cópias de um mundo que está a beira de um desastre. Há uma grande diferença entre a vida existente em uma floresta na beira de um rio e um deserto onde cactos subsistem ao sabor de chuvas passageiras. Desertos emocionais não podem sustentar florestas, rios caudalosos não se mantém sem chuvas permanentes.

Como podemos curar se não estivermos curados? Como podemos guiar em uma travessia se nós não chegamos ao outro lado? Como podemos gerar uma floresta se não tivermos nutrientes para as sementes? Como levar o rio até o mar se não cuidarmos da nascente? Enquanto o que existir em nós for apenas um personagem, todo o resto não terá validade.

Somente admitindo fraquezas e fracassos é que seremos fortes e teremos sucesso, só admitindo a existência de incapacidades é que nos tornaremos capazes, nos dando o direito de ter sensações e sentimentos, não tendo medo de chorar nem de pedir ajuda quando necessário.

Talvez a nossa intenção seja boa, de querer liderar, fazer o bem, ajudar ao próximo, mas de nada vai adiantar se não formos tratados naquilo que nos enfraquece, se mantivermos como estratégia de defesa os espinhos que afastam de nós pessoas que
 precisam do conforto de um abraço.

Que possamos reconhecer que sempre precisamos de ajuda uns dos outros, que nunca um personagem tome conta de uma personalidade por medo de expor uma fraqueza, todos nós temos nossas limitações e só podemos encarar de verdade o mundo quando nosso mundo se encontrar em estabilidade. Só quando sabemos quem somos é que podemos levar alguém a conhecer a si mesmo e ao mundo que desejamos apresentar.

Soneto da saudade

Nosso amor que era sem fim se acabou
Foi eterno enquanto durou
O que sobrou do que antes era encanto
É só a lembrança de um bom momento

Vivi todos estes momentos assim
Como se nunca tivessem fim
Beijei, sorri, amei e chorei
Deles nunca me arrependerei

Quem sabe um dia a gente se reencontre
E por um atraso de relógio a gente escape da morte
Ainda espero um último beijo lhe dar

Ainda que imortal a chama pode ter se apagado
Foi infinito enquanto durou, agora resta apenas saudade forte
Ainda que você tenha desistido, em mim nunca deixei de te amar

Lugares

Querer estar em um lugar que não te pertence vai apenas te limitar.

O seu lugar de destino talvez seja mais alto que o lugar de desejo, por isso algumas vezes o caminho para lá talvez seja mais longo e com algumas experiências e desafios que outras pessoas em outros lugares não experimentariam. Você não pode viver a trajetória que pertence a outra pessoa porque o sucesso para ela é diferente do sucesso que está reservado para mim ou para você.

Muitas vezes deixamos de crescer, estagnamos nossa vida porque o nosso objetivo está em querer ser uma cópia de alguém que chegou lá, porque ao lado destas pessoas tem muitas outras pessoas desfrutando de algum sucesso. Sim, um sucesso justo e meritório, por que não? Mas é o espaço delas, elas foram autênticas e merecedoras para chegar onde chegaram, mas por que eu tenho que ser igual a elas? Por que eu precisaria ser uma cópia quando eu sei que sou autêntico para alcançar outros patamares?

Muitas vezes isso se dá por causa do olhar externo, por aquilo que outras pessoas que alcançaram ou não o objetivo que desejavam acabam falando ao nosso respeito, algumas falam por causa de suas experiências, outras porque acham que todo mundo precisa ser igual a ela, mas a verdade é que ninguém vai ter a resposta certa para a sua vida se você mesmo não souber o que fazer com o talento que você tem em mãos.

Seja por causa da opinião de outros, pela crítica ou por causa das experiências que nos moldam, muitas vezes nos afastamos daquilo que seria o nosso caminho real, investimos no sucesso de outra pessoa e esquecemos do nosso talento, ou priorizamos alvos menores porque naquele momento temos medo de não conseguirmos, por não acreditarmos que somos capazes, por achar que seria loucura ou por acharmos que seria ridículo ou infantil, já que todos cresceram em direções opostas a tudo que temos feito.

Para crescermos de verdade precisamos abrir mão do apego que temos ao nosso chão, derrubar as barreiras e preconceitos que temos ao nosso próprio respeito, precisamos de uma pitada de loucura e uma dose de confiança. Nunca é tarde para descobrir o verdadeiro propósito de nossas vidas, todos nós temos um propósito real que nos torna diferentes e únicos, sem que precisemos copiar um estilo de vida. Podemos ter o nosso quadro na parede, o nosso diploma, a nossa medalha, podemos não ter nada disso também e podemos ter mais. Basta que não nos limitemos em nosso caminho por causa das escolhas dos outros.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Cara feia

Algumas pessoas preferem nos julgar de acordo com as próprias experiências e impressões individuais que formar uma opinião baseada na convivência.

Se tem algo que volta e meia me deixa indignado é o fato de ver e perceber que pessoas que muitas vezes estão próximas ou até dentro de um círculo afetivo, famíliar ou religioso nosso demonstram claro desprezo por nós, sem motivo algum ou por algum motivo que só existe na cabeça da pessoa que produziu tal sentimento.

Na verdade ninguém é obrigado a conviver com alguém por quem não manifesta simpatia, mas eu penso que algumas atitudes são tão chulas e vazias que são desnecessárias, mesmo que não cheguem a ser palavras, muitas vezes o desprezo ou o ódio que parecem velados se sobressaem na forma de um simples olhar, mas que dá a exata informação do que uma palavra poderia dizer.

Verdade que ninguém é obrigado a conviver, porém é muito melhor que ainda se converse ou se compreenda os dois lados dos fatos. É melhor que ficar alimentando um ódio desmedido sem que haja motivo, ou que por causa disso se formem picuinhas, divisões, fofocas, difamações, principalmente quando se trata de um familiar ou de alguém que compartilha de uma mesma fé que você. Não há testemunho de vida que resista quando você não vive o que prega e tenta manter a aparência de ser feliz, de uma família perfeita ou de um religioso super espiritual.

Não faz sentido desejar mal a alguém porque esse alguém te traz lembranças ruins de outras pessoas ou porque de algum modo essa pessoa se mostra inconveniente ao dividir espaços, antes de formular opiniões, julgamentos e findar batendo o martelo condenando alguém, é importante conversar, entender o outro lado, saber suas peculiaridades, conhecer sua personalidade.

Falar pelas costas, fazer jogos de leva e traz, fazer cara feia pela presença ou proximidade de alguém não tão querido, é sinal de imaturidade emocional, moral e espiritual, chega a ser irracional.

Precisamos construir mais pontes, entender as origens dos muros que construímos e transformá-los em portas para que possamos ver um novo mundo.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Cozinha

Fui até a cozinha,
Peguei um copo d'água.
Olhei lá fora,
Tudo normal.

Luzes apagadas,
Água gelada.
Uma leve desconfiança,
Uma aflição velada.

Fechando a geladeira,
Como de fato fazia,
Vi que aquela sensação,
Era um tanto vazia.

Foi que então descobri.
O que me aconteceu,
Era apenas um sonho,
Pelo qual me acometi.