segunda-feira, 22 de março de 2021

Fotografia


Eu olho para esta foto e é assim que eu imagino como enxergamos o universo e a eternidade. A gente vê tudo através de lentes e nossos olhos precisam de lentes cada vez mais potentes para enxergarmos o que não está ao nosso alcance. Muitas vezes é como se estivéssemos fazendo como no exemplo dado por Platão, procurando formas nas luzes para determinarmos o que pode vir a ser a sombra que passa por ela.


A janela é a uma das saídas da caverna moderna. Quando a fechamos, podemos apenas ter uma noção parcial do que acontece lá fora, mas nem sempre saberemos por completo, veremos apenas luzes, cores e espectros, ouviremos apenas sons e vamos presumir baseado em experiências anteriores o que pode estar acontecendo, mas nunca teremos pleno conhecimento se a janela estiver fechada.


A eternidade é mais ou menos isso, sabemos muito pouco ou talvez nada sobre o futuro, o que temos é uma imagem de toda a história condensada de um passado imemorial até o dia de hoje, a partir daí tudo passa a ser sombra ou cálculos baseados em probabilidades ou repetições.


É quando o anoitecer chega que um pouco mais do universo se revela a nós, é aí que os vislumbres acontecem, de acordo com a história, a medida que o tempo passa vamos tendo um pouco mais de conhecimento do que pode vir, mas mesmo com todos os dados e conhecimentos tidos até aqui, ainda assim é apenas um vislumbre meramente filosófico.


A foto tirada no momento certo pode esconder e revelar muitas coisas. Ela pode trazer peso e leveza ao mesmo tempo, dúvidas e certezas, respostas e perguntas, sons e silêncio, e a medida que precisamos de lentes para irmos mais longe nas nossas buscas, mas sabemos que não sabemos nada sobre o o outro lado da janela, estamos apenas admirando, cogitando, esperando dias melhores, lentes maiores, certezas concretas em um mar azul de gotas cintilantes.


Tudo o que vejo é que não tenho certeza do que vejo, mas admiro como se já tivesse ultrapassado a barreira vítrea que se estabelece entre o ontem e o amanhã, navegando escuridão adentro pelo espírito que paira sobre as águas.


Texto e foto por: Pedro Garrido

 

sexta-feira, 5 de março de 2021

Sinais

 Você pode escolher 3 maneiras de viver a vida


- Fazer de tudo que acontece no universo um "sinal" para determinar seus atos e atribuir ao próprio universo a culpa e a responsabilidade pelos resultados;

- Fazendo tudo sem avaliar prós e contras como se nada fosse "sinal" e não se importar se vai dar certo ou errado;

- Fazer as coisas estudando os passos e avaliando com medidas concretas o que pode ser um sinal para tomar ou não uma atitude, tornando cada sucesso ou fracasso um aprendizado para oportunidades futuras.


Nem sempre algo vai ser um sinal, porém sinais não podem ser ignorados. Nem tudo é culpa nossa, mas precisamos admitir nossos erros. Nem todo aprendizado vai ser usado em todos os momentos, mas é necessário tirar uma lição de todo aprendizado. Na vida, nem tudo pode valer a pena, nem toda oportunidade vai servir para nosso momento, nem sempre desistir vai ser a solução, mas algumas respostas só vão surgir se arriscarmos. Às vezes vai ser necessário voltar atrás, às vezes avançar rumo ao desconhecido, às vezes reconhecer que precisa ficar onde está e assim todos os nossos dias serão melhores, reconhecendo nossa força e nossa fraqueza, abrindo mão do que não nos cabe mais ter, e assumindo a importância daquilo que temos ou queremos voltar a ter.


Talvez esse texto seja um sinal, ou não, cabe a você a interpretação e a leitura. Faça de hoje um dia para vencer obstáculos, rever conceitos, criar ou restaurar laços, olhar para o céu e ver estrelas, olhar para si e ver qualidades, olhar para fora e orar silenciosamente, olhar para dentro e refletir sobre os próprios sons.


Pare, olhe, escute!


Pedro Garrido