quinta-feira, 29 de março de 2018

Fusão

De hoje em diante eu só quero relacionamentos que ultrapassem o limite da pele, superem os limites da carne, envolvam os ossos e tomem conta da alma por completo.

Uma fusão onde dois se tornem de fato um e não haja uma forma de definir qual parte é de quem, combinação em nível anatômico, atômico, espiritual e universal.

Uma profusão, incineração, recombinação, uma força superior a da energia gerada nas explosões solares, gerando vida em planetas ainda desconhecidos.

Relações que se perdem nas esquinas, que duram algumas horas, até o primeiro desencontro, até o primeiro desencorajamento, até a primeira falha, até a primeira desconfiança, que são frágeis como roupa velha, essas relações não me interessam, não me animam, não me geram expectativas.

Ilusões já não me chamam atenção, não me atraem, não causam novas sensações, só me fazem parar e pensar no motivo de continuar onde estou.

Não quero saciar apenas o meu desejo, não quero me curar machucando o outro, não quero tratar minha insanidade, transferindo a responsabilidade da minha cura para uma terceira pessoa, não quero carregar o passado lado a lado com o meu futuro, não quero muletas que me reensinem a caminhar, não quero marcar na pele aquilo que não pode transformar minha essência.

O que eu quero é maior que o imediatismo dessa geração fast food, o que eu quero é o "para sempre" vivido todos os dias, em todos os altos e baixos que a vida pode proporcionar.

Ao lado, junto e dentro!

sexta-feira, 23 de março de 2018

Equilíbrio

Todos os dias estamos sujeitos a pressões, pressões de todos os lados, no trabalho precisamos bater as metas diárias, semanais, mensais e anuais, na vida sentimental precisamos encontrar alguém para namorar, casar e formar família, precisamos fazer faculdade, comprar um carro, ter uma boa remuneração, ser reconhecidos pelos nossos feitos, proezas e milagres, só que nem tudo acontece de acordo com as pressões que nos é imposta.

Chega um momento em que não suportamos o peso, jogamos tudo para o alto, chutamos o balde, explodimos ou somente implodimos sem que ninguém perceba, aí toda a pressão por resultado se transforma em frustração pelo fracasso, o peso desmedido das devoções e atitudes se transforma em poeira e só o que encontramos é a breve expectativa de quem seríamos.

Quando aprendemos a colocar nossa vida em equilíbrio, não andando numa corda bamba e correndo o risco de cair a qualquer momento na jaula dos leões, mas aprendendo a escolher o que é realmente importante, passamos então a dar prioridade ao que nos dá leveza e ao que nos proporciona o crescimento necessário para se traçar algum objetivo, porque só assim é que se pode enxergar com clareza quem somos e o que estamos fazendo para chegar onde queremos.

É preciso equilibrar pesos e medidas, é preciso reavaliar julgamentos, reconhecer os erros, estabelecer um meio termo, porque para viver bem devemos considerar nossas limitações e nossas qualidades para empregá-las na próxima jornada.

O desequilíbrio gera extremismo, que leva ao fanatismo, que leva à cegueira e à ignorância.

Ao menor sinal de desequilíbrio pare onde está, respire, sente na beira do mar e admire o horizonte.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Roupa Social

Eu não gosto de roupa social, você talvez não goste também, mas em alguns momentos da vida é necessário você se adequar, mesmo que o lugar onde você esteja não seja de requinte ou sofisticação, mesmo que não exista status social ou a remuneração que você deseja.

Quando estamos usando algo que não gostamos, estamos em um lugar que não queremos ou estamos passando por situações incômodas, isso significa que precisamos passar em determinados momentos por tudo isso, para que lá na frente, nossa história seja vista como uma história em que nos adaptamos quando necessário, para que pudéssemos crescer onde era preciso, porque tomamos decisões que outras pessoas não tomaram, assumimos riscos que outras pessoas diriam ser loucura, acreditamos quando a crise era determinante de fracasso, ousamos quando a maioria achava melhor ficar onde estava.

O lugar onde você está hoje está te moldando para o lugar que será seu amanhã. Não tenha medo de momentos estacionários, aprenda com eles que é possível avançar!

domingo, 18 de março de 2018

O lápis

Tem lógica não perdoar aquele amiguinho que roubou seu lápis na primeira série? Será que ele ainda se lembra que roubou seu lápis? Será que ele está na prisão por assaltar a Faber Castell? 

Uma verdade que nos acompanha é que com uma pequena atitude motivada pela imaturidade dos tempos passados, acabamos tirando conclusões precipitadas, perdemos tempo criando uma falsa ideia de quem esse alguém é, tirando do nosso julgamento as experiências que moldam as pessoas com o tempo, talvez até esquecendo que algumas dessas pessoas também nos fizeram bem de alguma forma

Se o amiguinho que roubou seu lápis te pedisse perdão 30 anos depois, você perdoaria, teria esquecido do fato ou exigiria o lápis de volta?

Perdoe a si mesmo e você vai ver que você não tem amnésia, mas pode escolher quais são as memórias que você quer carregar com mais frequência na bagagem e qual bagagem vai te fazer mais leve, você não pode escolher ter só experiências boas na vida, mas você pode decidir o que é realmente importante pra você. 

O menino que roubou seu lápis, pode também ser o menino que te deu um abraço quando você se machucou no pátio da escola.

Qual memória você prefere carregar pra sempre?


sábado, 17 de março de 2018

Perdoar

Perdoar algumas vezes significa voltar umas 10 casas em um jogo de tabuleiro, talvez voltar lá atrás, onde uma peça ficou no caminho, rever algumas jogadas, deixar no passado o peso dessas jogadas, ficar umas duas ou três rodadas sem jogar e voltar mais forte para o jogo, entendendo que não joga melhor quem passa por cima dos outros, mas quem ajuda alguém a avançar junto com você.

Perdoar é abrir mão de algumas jogadas para que a justiça se faça dentro de você e você também possa pedir perdão, perdoar é vencer um jogo que parecia perdido e ver que o troféu que está nas mãos do outro, também está sendo compartilhado com você.

Perdoar é um caminho sem volta, é um caminho de volta, é um caminho de reviravolta, é desfazer um odre velho e colocar novo vinho em odres novos, pois quem perdoa não é mais o mesmo, quem perdoa nasce de novo.

Perdoar é se libertar de uma escravidão onde não há portas trancadas, é sair por escolha própria de uma prisão imaginada para outra pessoa, é a cura para as dores da humanidade, é a revelação da existência de um bem maior, é abrir mão de se orgulhar dá razão, para entender que maior que qualquer orgulho que pode existir, somos completamente livres quando escolhemos dar as mãos.

70 x 7