Todos nós ultimamente temos constantemente aplicado um padrão exagerado de escolhas, com exigências muitas vezes acima das nossas expectativas e proporções, fechando nosso mundo para novas pessoas e oportunidades, reduzindo nosso horizonte ao que é palpável e visível, por medo do que não somos capazes de prever mais a frente.
Muitas vezes isso acontece por ser fruto de decepções anteriores, falo de mim, mas falo não só por mim, só deixo isso claro porque, na minha visão, hoje vivemos nessa sociedade que exige perfeição e estipula padrões que muitas vezes são questionáveis, aliado a isso temos uma parte da mesma sociedade que busca sair do padrão, mas que também acaba exigindo do outro, não uma aceitação do que ela é, e sim uma nova padronização inquestionável do que elas decidiram ser, ou seja, não podemos questionar essa nova escolha, pois foram machucadas pelos padrões atuais de sucesso e beleza, e agora que conseguem ser ouvidas, não estabelecem diálogo entre o que acham que são e o que realmente querem ser.
O que eu quero dizer com isso é que, mesmo que alguém diferente daquilo que você e eu esperamos se aproxime de nós com algum interesse pelo que nós somos, não devemos olhar com o martelo julgador do juízo final, determinando que aquela pessoa não é a melhor para nosso convívio, sem ao menos conhecer o universo no qual ela está inserida, suas necessidades e ansiedades, suas vitórias e méritos que levaram ela a ser quem ela provavelmente é hoje.
Toda rejeição ao outro, ao diferente, pode ser fruto do medo da própria rejeição já sofrida anteriormente e todos nós já passamos por algum momento em que não fomos escolhidos, não exatamente rejeitados, e tivemos que aprender a lidar com a experiência, seja ela amorosa, em uma entrevista de emprego, numa partida de futebol entre amigos, que apesar de frustrante, tem que nos motivar a melhorar para nós mesmos nossas próprias qualidades e suprimir muitas vezes alguma inabilidade emocional que nos priva de enxergar a realidade de quem somos.
O que todos nós temos que enxergar nisso tudo é que sendo gordos ou magros, pobres ou ricos, de direita ou esquerda, baixos ou altos, com ou sem sobrancelha, somos universalmente merecedores da capacidade de amar ao próximo, começando por amar quem somos, independente da escolha do outro, e mesmo que o outro não nos escolha isso não deve fazer com que nos olhemos menos merecedores de amor e não deve afetar nossa capacidade de amar ao próximo.
Tudo que temos dentro de nós, nossos valores e ideais, nossa moralidade, nossa consciência de existência nesse mundo não deve ser suprimida jamais por aqueles que não aprenderam a amar, portanto, o conselho que fica é: Que possamos explorar o nosso mundo com tanto entusiasmo que ao descobrirmos riquezas dentro de nossas minas existenciais, possamos também incentivar todo o restante a enxergar e buscar as riquezas que muitos nos disseram ser mentiras. Ao contrário do que muitos fazem hoje, não exija aceitação do seu padrão por todos os outros, se aceite primeiro como você é e só assim será capaz de aceitar quem é diferente de você.
Abram-se as portas e as janelas do seu mundo, deixe a luz entrar que a escuridão há de sair!