sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Ressignificar

Podemos ressignificar nossas palavras, atitudes e experiências. Podemos tirar algo de bom dos momentos ruins, podemos aprender com as lembranças que tentamos esquecer, podemos nos levantar com as cicatrizes, recuperados das feridas da queda.

Aquilo que antes simbolizava derrota e fracasso agora pode representar o recomeço e a renovação, um abandono pode ser ressignificado não como uma desistência, mas como uma mudança de caminhos, podemos encarar nosso pior inimigo e olharmos com olhar de perdão, podemos estender a mão a quem não esperamos nada em troca.

Podemos desfazer os mitos, modificar os rituais, reaprender os saberes, alimentar uma nova cultura e gerar uma nova sociedade. Ressignificar é mais que dar significado ao que perdeu sentido, é criar algo completamente novo de algo que um dia pareceu ruim, tirar uma lição e um aprendizado e fazer andar os sonhos de uma vida que talvez tenham estacionado na esquina de um acontecimento inesperado.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Olhares

O nosso olhar sobre as pessoas só muda quando mudamos o olhar que temos sobre nós mesmos, consequentemente o olhar delas também muda sobre nós. Quando mudamos o nosso padrão, todos os referenciais também mudam ao nosso redor e nossa bússola moral se aprimora na mesma medida.

É sempre importante não acreditar completamente no olhar das outras pessoas, nas coisas que elas vão dizer sobre você. Alguns olhares são influenciados por experiências que aquelas pessoas tiveram e não nos tornam em nada quem eles acreditam que somos, portanto devemos ser cuidadosos, seja com uma crítica, seja com um elogio.

Se nosso olhar evidenciar uma fraqueza ou insegurança ao nosso respeito, é necessário então que não somente o olhar mude, mas toda a postura corporal, bem como o tom de voz. A forma como nos portamos quando ninguém vê pode se refletir nas atitudes que temos em público, nem sempre conseguimos esconder quem somos, mas como seres humanos, somos especialistas em mentir sem o uso das palavras, porém até o silêncio mais profundo pode deixar escapar verdades escondidas.

A verdade é uma só, mesmo que os olhares, opiniões, posturas e ideais sejam vários, nada muda a realidade ou pode distorcer, mesmo que momentaneamente, a identidade e o caráter de uma pessoa que reconhece o seu próprio valor sem desmerecer o valor de quem está ao seu redor.

sábado, 24 de novembro de 2018

Terra à vista!

Só quem já conheceu a profundidade dos mares sombrios é capaz de compreender o bater das ondas superficiais com perfeição. Só quem já viveu um dilema existencial, uma perda, uma dor, a profundidade de uma lágrima derramada em meio a tantas outras, só pessoas que conheceram as próprias trevas de seus oceanos profundos, são capazes de compreender em um olhar, o remexer de uma pequena onda que quebra na areia da praia, a alma do próprio navegante, o exterior de quem vive uma intensa viagem interior.

Só quem conhece a profundidade dos mares, é capaz de compreender a vastidão dos muitos desérticos no caminho, de se deliciar com longínquos oásis e florestas intocadas, de perceber a neve e valorizar a gota de chuva tropical, se abrir para o passar da brisa, se proteger da tempestade e se preparar para o furacão quase inesperado.

Quando compreendemos um pouco do nosso mundo interior, o que pode parecer difícil de lidar por vezes, somos capazes de ter a empatia necessária para lidar com outros mundos aparentemente inacessíveis, alguns quase mortais, outros completamente fechados e nos surpreendermos com paisagens futuristas no meio da expedição e no meio disso tudo encontramos os meios de explorar e melhorar o meio em que nos encontramos, as ferramentas para desenvolver parcerias e criar um universo inteiro com o que aprendemos em nossos descobrimentos.

Nosso mundo está em constante descoberta, expansão, construção e renascimento, agregamos vales e montanhas de afastamentos, colisões, movimentos das mais internas placas tectônicas emocionais, impactos vindos de diferentes regiões do universo, extinção e ressureição de partes do nosso eu interior, a vida em efervescência, novos continentes podem acabar nos surpreendendo e gerando uma nova rota para a face mais íntima de um grande personagem principal, do maior personagem que a nossa vida já viu.

Terra à vista!

A conversa suprema

Eu estou em busca de conversas não triviais, que transcendam os níveis considerados intelectuais, que possuam momentos de epifanias e culminem em uma possível teofania, numa viagem ao terceiro céu, que possivelmente quebre o espaço e o tempo enquanto não se acabarem as palavras e que o uso de palavras seja tal desnecessário que não haja transliteração ou tradução para o que tiver sido dito ou revelado ali, tamanho o peso e relevância dos assuntos tratados.

O que eu quero é tão maior que a metafísica, que qualquer coisa que eu tente nomear a Isso é inalcançável, inviável e uma afronta a existência suprema da criação. Qualquer coisa abaixo disso é mera oralidade, mero acaso formal de linguagem humana, estipulação e comparação do que não conhecemos pelo pouco exemplo que temos do que conhecemos, eu não quero ouvir dizer, eu não quero saber de outros, eu quero estar lá.

Eu quero estar na primeira dança, na dança primordial da criação, observando o princípio das luzes, vendo a formação das estrelas, observando admirado cada ato de amor divino, cada suprema ação do Eu Sou, cada beijo apaixonado do amado pelo objeto desejado. Eu quero ser desfeito e refeito, purificado e reabilitado, quebrado, moído e moldado, eu quero abandonar a carcaça da lagarta e ver a imortalidade da qual fomos preparados para receber.

Depois de tudo isso, eu quero apenas suspirar e dizer feliz! Obrigado por tudo!

domingo, 11 de novembro de 2018

Padrões, escolhas, riquezas e amor.

Todos nós ultimamente temos constantemente aplicado um padrão exagerado de escolhas, com exigências muitas vezes acima das nossas expectativas e proporções, fechando nosso mundo para novas pessoas e oportunidades, reduzindo nosso horizonte ao que é palpável e visível, por medo do que não somos capazes de prever mais a frente.

Muitas vezes isso acontece por ser fruto de decepções anteriores, falo de mim, mas falo não só por mim, só deixo isso claro porque, na minha visão, hoje vivemos nessa sociedade que exige perfeição e estipula padrões que muitas vezes são questionáveis, aliado a isso temos uma parte da mesma sociedade que busca sair do padrão, mas que também acaba exigindo do outro, não uma aceitação do que ela é, e sim uma nova padronização inquestionável do que elas decidiram ser, ou seja, não podemos questionar essa nova escolha, pois foram machucadas pelos padrões atuais de sucesso e beleza, e agora que conseguem ser ouvidas, não estabelecem diálogo entre o que acham que são e o que realmente querem ser.

O que eu quero dizer com isso é que, mesmo que alguém diferente daquilo que você e eu esperamos se aproxime de nós com algum interesse pelo que nós somos, não devemos olhar com o martelo julgador do juízo final, determinando que aquela pessoa não é a melhor para nosso convívio, sem ao menos conhecer o universo no qual ela está inserida, suas necessidades e ansiedades, suas vitórias e méritos que levaram ela a ser quem ela provavelmente é hoje.

Toda rejeição ao outro, ao diferente, pode ser fruto do medo da própria rejeição já sofrida anteriormente e todos nós já passamos por algum momento em que não fomos escolhidos, não exatamente rejeitados, e tivemos que aprender a lidar com a experiência, seja ela amorosa, em uma entrevista de emprego, numa partida de futebol entre amigos, que apesar de frustrante, tem que nos motivar a melhorar para nós mesmos nossas próprias qualidades e suprimir muitas vezes alguma inabilidade emocional que nos priva de enxergar a realidade de quem somos.

O que todos nós temos que enxergar nisso tudo é que sendo gordos ou magros, pobres ou ricos, de direita ou esquerda, baixos ou altos, com ou sem sobrancelha, somos universalmente merecedores da capacidade de amar ao próximo, começando por amar quem somos, independente da escolha do outro, e mesmo que o outro não nos escolha isso não deve fazer com que nos olhemos menos merecedores de amor e não deve afetar nossa capacidade de amar ao próximo.

Tudo que temos dentro de nós, nossos valores e ideais, nossa moralidade, nossa consciência de existência nesse mundo não deve ser suprimida jamais por aqueles que não aprenderam a amar, portanto, o conselho que fica é: Que possamos explorar o nosso mundo com tanto entusiasmo que ao descobrirmos riquezas dentro de nossas minas existenciais, possamos também incentivar todo o restante a enxergar e buscar as riquezas que muitos nos disseram ser mentiras. Ao contrário do que muitos fazem hoje, não exija aceitação do seu padrão por todos os outros, se aceite primeiro como você é e só assim será capaz de aceitar quem é diferente de você.

Abram-se as portas e as janelas do seu mundo, deixe a luz entrar que a escuridão há de sair!

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Raízes

Não adianta de nada você ter raízes teoricamente profundas se o local onde você foi plantado impossibilita seu crescimento.

Pense assim: Você é plantado na calçada de uma rua movimentada, de um lado tem casas, em cima fios de alta tensão, do outro lado a rua, você pode até crescer, mas chega um momento que o seu crescimento pode incomodar...

Você foi plantado no terreno certo, só que no ambiente errado e com isso acaba sendo podado, desconstruido e fica limitado ao pouco espaço que lhe deram, então passa a acreditar que seu crescimento é uma doença, então não se alimenta mais dos nutrientes do solo e tudo que resta são suas crenças de que você era pra ser exatamente daquele tamanho que te disseram.



O problema não são suas raízes serem profundas, mas a crença de que seu crescimento é ruim, quando seus ideais são podados a ponto de você se limitar ao espaço de um canteiro, se privando de produzir os frutos pelo qual você nasceu para produzir, apenas gerando folhas fracas e flores que não desabrocham, não sendo nem referencial para os que passam nem visível para os que o circundam.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Histórias

O que há de se dizer sobre as histórias? A gente até tenta ter uma parecida com a de alguém, mas são as nossas experiências que nos levam onde precisamos ir. Não há como controlar as experiências que os outros precisam viver, apenas deixar o tempo seguir seu curso e deixar viver cada um o que é necessário ser vivido.

Não podemos controlar o curso das águas, nem o rumo da poeira estelar que nos compõe, cada um é feito de matéria, esperança e poesia. Cada qual precisa ter sua própria marca na vida, seu próprio lugar no universo, sua própria fábula, conto de fadas ou qualquer género em que se acredite viver, até que se prove o contrário, viver é o ato de escrever um livro com os próprios pés, pois as palavras são visitadas com o passar dos olhos, descritas em papéis, porém são os passos que damos no mundo, seja ele interior ou exterior, que demarcam as fronteiras que vão descrever o nosso mapa existencial.

Nossos pés escrevem pegadas na areia, entre o apagar das ondas na beira do mar e o caos do buraco negro de nossas mentes, tudo respira a criação e os recomeços.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Pela metade

Pessoas curadas curam pessoas, curam porque sabem como chegaram até lá e como saíram do estado que estiveram. Pessoas machucadas, no máximo trocam curativos, talvez até evitem que a ferida aumente, mas não são capazes de curar outra pessoa da mesma dor, elas não sabem sair do labirinto em que se encontram. É como se um guia turístico te levasse à metade do caminho proposto porque nunca conseguiu chegar ao fim do caminho, ou porque nunca terminou o curso e não foi devidamente capacitado, ou porque tem medo de desbravar um novo caminho.

Enquanto você não se curar, você estará tão perdido quanto o guia turístico que não sabe por onde anda, o historiador que não conhece a própria história, o médico que nunca curou a própria doença.

Não adianta levar o mapa do tesouro se não souber reconhecer o "x" da questão, não adianta ter olhos e não querer enxergar as pedras no caminho, não adianta estar em um hospital e não querer ser curado da própria mazela, não adianta fugir de si mesmo nos braços de alguém que também já fugiu tanto que não reconhece mesmo o calor de um abraço de verdade.

Só o amor cura de verdade, toda cura pela metade não passa de ilusão, não passa de comprimido de placebo, não passa de um atestado falso de saúde, não passa de uma trilha pela zona confortável e conhecida da alma, não passa de um quadro na parede de um lugar que nunca tentou descobrir se era um quadro ou uma janela, um diploma de uma vida de mentira, uma nota de dinheiro pela metade.

Uma cura pela metade nunca será cura, no máximo alívio, no mínimo uma loucura.

sábado, 15 de setembro de 2018

Expectativas, decepções e respostas

"Eu e a incrível capacidade de em menos de 5 minutos ir da expectativa à decepção ao conhecer pessoas."

Pessoal, não coloquem expectativas em pessoas, não façam delas os trampolins para suas realizações pessoais. Se você é um frustrado, não é culpa das pessoas, é culpa sua! Assuma os próprios erros e defeitos, busque mudança de postura, jogue fora a máscara da perfeição! Seja você mesmo, custe o que custar, afaste quem tiver que afastar, desaponte quem tiver que desapontar e não se ache menor do que você é, não se diga insuficiente, não seja intransigente consigo mesmo! Você não é a expectativa que o outro tem ou a decepção dele com o mundo, você não é o cenário caótico que apontam por aí. Então acredite, essa tempestade em você vai passar!

Não busque na confusão do alheio a resposta para suas questões, não coloque em terceiros as respostas das suas decisões, não assuma os rótulos que te deram sem que houvessem razões! Você não precisa demonstrar ser forte, porque forte ninguém é! Todos nós temos fraquezas, momentos de fuga e tristeza. Não se deixe enganar pela rebeldia dos que não souberam lidar com as próprias emoções, daqueles que suprimiram suas lágrimas para esconder suas dores, que até hoje se envergonham de quem são por dentro e tentam mostrar por fora que todos estão errados. Nessa tentativa de provar ao mundo quem nós somos, provamos para nós mesmos que nunca fomos quem queríamos, mas nos projetamos nas sombras do que os outros queriam que nós fôssemos para mostrar que somos muito melhores do que nos julgamos ser.

Quem nós somos então? Nossas capacidades ou o que as outras pessoas julgam que nós podemos segundo os próprios padrões de sucesso ou de fracasso? Somos quem podemos ser quando deixamos de lado essa tentativa exacerbada de provar coisas ao mundo. Precisamos nos questionar sobre quem são as pessoas que nos julgam e se suas experiências validam o que elas dizem, precisamos saber se ao ajudar alguém, essa pessoa quer mesmo ser ajudada ou se quer sugar suas energias e te vencer pelo cansaço, se ela busca de fato uma direção ou uma palavra de consolo para o ego ferido.

Decepções só existem quando colocamos nos outros a fé que falta na nossa própria capacidade e formulamos discursos de culpa, quando não assumimos a realidade das atitudes que não se podem terceirizar.

sábado, 8 de setembro de 2018

Procura-se!

Procura-se alguém para construir memórias felizes, ter algumas brigas bobas, sofrer desastres gastronômicos, sentar no sofá às 6 da manhã e olhar fotos antigas, dançar na chuva depois de um dia cansativo, contar histórias na madrugada até dormir.

Procura-se por alguém que sonhe e ao acordar saiba que o sonho era real, que a reciprocidade não seja cobrada, que o beijo acompanhe o abraço, as mãos e os olhares se encontrem, que ria das coincidências e dos desencontros, brinque com as desventuras, saiba da existência do seu passado, viva o presente, se dedique por inteiro.

Procura-se por alguém que esteja na mesma procura, alguém que não exija perfeição, não negue as próprias falhas e qualidades, alguém que esteja no melhor e no pior, que a leveza de um sorriso possa surgir mesmo depois de algumas lágrimas, saiba da inevitabilidade dos momentos ruins, fortaleça a parceria quando houver dificuldades.

Não é uma busca por um relacionamento de filme ou novela, não é a busca por um amor platônico, inalcançável, não é a busca por um sentimento irrealizável, não é a busca de um espelho que reflita uma imagem distorcida, o que se busca é simples, mas raro, o que se busca é alcançar a humanidade ainda existente no meio de tantas armaduras, uma bandeira branca no meio da guerra, alguém que não se importe em morrer por amor e pelo amor continuar vivendo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Sobre dias ruins

Todo mundo já perdeu batalhas ao longo da vida! Não é vergonha assumir os dias chuvosos, não é ruim reconhecer que existiram dias ruins, não é desonroso mostrar as fraquezas e dificuldades, não há problemas em viver momentos de recaídas, sejam elas em dores, vícios ou paixões.

Todo mundo chora ou ainda vai chorar, ninguém é capaz suportar o peso do sorriso quando existe uma lágrima querendo correr, nem sempre vamos tirar fotos na beira de um lago, comendo em um restaurante ou vamos ter a selfie com os colegas no emprego perfeito, não vamos ter o melhor convívio familiar, não escaparemos de algumas rejeições, muitas reviravoltas talvez até aconteçam, mas não necessariamente daremos a volta por cima.

Talvez seja necessário em muitos momentos sair de cena, reconhecer que o momento é de se resignar, parar e refletir sobre erros e acertos, desfazer conceitos, abrir mão de algumas razões, dar a volta por baixo, reaprender a viver , dar testemunho daquele "só por hoje eu consegui", reconhecer nisso tudo que a vitória não vem construída juntamente de um grande testemunho de superação que arrebata platéias, mas que cada pequena desventura pode ser um grande aprendizado ou até um reaprendizado, mesmo que isso só faça sentido pra você.

Ser pleno em si mesmo não significa que você vai ter uma grande história para contar, não é jogar na cara de todo mundo que você foi feliz ou que superou tudo que diziam que você não seria capaz, não é tentar provar capacidade de nada para ninguém, não é colocar o orgulho na frente é se dizer vencedor às custas da derrota de alguém, isso tudo só prova o quanto não superamos partidas, não aceitamos barreiras, não gostamos de ser contrariados, somos imaturos para reconhecer que não existem histórias perfeitas, modelos ou padrões de sucesso, não existem fórmulas secretas de coaching para uma vida feliz, plenitude só se alcança quando nada disso importa, quando não nos preocupamos mais com o que vão nos falar, quando não precisamos provar o improvável, ou superar o insuperável.

Não precisamos competir pela melhor foto, pelo melhor ângulo, pela melhor cadeira, pelo lugar mais alto, não precisamos mentir e nem vamos conseguir, por mais que tentemos fazê-lo, então não se importe se outras pessoas tentam provar o que não são, basta que a gente se baste e assuma que viver os altos e baixos da vida é o que nos torna completos.

Dias ruins são necessários também.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Prisão e proteção

Não confunda prisão com proteção!

Muitos de nós, nos dias corridos de hoje, temos adotado para nossas vidas, técnicas para nos protegermos de possíveis perdas, danos e dores, sejam elas de ordem financeira, patrimonial, física e até mesmo emocional, fazemos planos de saúde, seguros de vida, seguro para todo tipo de problema, mas será que realmente estamos seguros, assegurados de que seremos restituídos no caso de perda?

Estamos nos protegendo tanto, que na busca incessante estamos cerceando nosso direito de ir e vir, o direito de pensamento e o direito de arriscar algo mais ousado na vida, estamos criando prisões, prisões que mais parecem cavernas de Platão, Até podemos enxergar a luz distante, mas é mais confortante ver a luz distante que ir atrás de uma solução para o questionamento sobre o que é a luz, estamos nos adaptando a uma escravidão, colocando cercas e grilhões ao nosso redor e no nosso corpo, parece mais fácil perder a liberdade em busca de proteção do que reconhecer dentro de nossa personalidade características que nos tornem mais fortes em batalha.

Por medo de nos machucar, restringimos opiniões, relacionamentos, evitamos alçar voo em novas oportunidades e possibilidades, a zona de conforto parece o melhor lugar para ficar, mas não percebemos que com isso, nos enjaulados nas piores prisões existenciais possíveis, a prisão do medo, da depressão, da ansiedade, porque fazemos falso julgamento perante o mundo, nos colocamos como sendo menores do que realmente somos, permitimos "invasões de terras" em nossos domínios, nossa subjetividade, abrimos mão em alguma parte do passado, de assumir nossa posição no mundo, por que a competição por espaço no mundo, fez com que outras pessoas dominassem quem você é e tirassem você do jogo, quando na verdade a pessoa que te tirou do jogo é que era a pessoa com problemas.

Não confunda prisão com proteção, não aceite que pessoas coloquem placas de aviso em você e digam que ali é território inóspito, não se rotule pelo medo de parecer menos do que você é, você é merecedor de algo bem maior e melhor, você não é o relacionamento abusivo que deteriorou sua visão de mundo, você não é o peso que outras pessoas lhe impuseram quando você apenas queria ser feliz, você não é culpado pelas histórias dos outros, pare de buscar no preço dos seguros a segurança que não se encontra no abismo do silêncio mutilador, é necessário se proteger, mas não coloque armadilhas na sua própria vida para que outras pessoas boas não cheguem até você.

Você tem se protegido ou aprisionado?
Liberte-se de si mesmo, a pior prisão é a de uma mente subjugada por rótulos que pessoas mal curadas dão para pessoas que estão em busca de cura.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Limites

Dê limites para as pessoas, não deixe que elas invadam sua vida e digam quem você é ou quem você tem que ser para elas, baseado no que elas não foram capazes de ser e também não são, você não é obrigado a deixar a porta aberta o tempo todo pra ninguém.

Se responsabilize pelos seus erros, não culpe os outros pelo que deveria ser correção sua, não distorça as palavras dos outros para se culpar por algo ter dado errado, você é senhor da sua própria vida e deve exercer o controle de todos os territórios dela.

Não atenda o telefone se não quiser, não receba e nem leia mensagens, como se houvesse obrigação de resposta rápida, se não tiver interesse ou se estiver ocupado demais para fazê-lo não tenha medo de não fazer, a vida não é o imediatismo da respostas em redes sociais, foque no que é necessário e prioritário para sua vida, o prazer ou as mensagens triviais podem esperar, os e-mails vão ser respondidos, as conversas serão postas em dia, mas não abra mão de nada seu por medo de perder uma oportunidade, uma pessoa ou mesmo um prêmio Nobel.

Sem pressa, sem medo, sem opressão, todas as pessoas que precisam ficar na sua vida vão ficar, quem tiver que sair vai sair, nada disso é motivo para culpa, apenas aceite que existem espaços que precisam ser respeitados e se alguém não respeitar o mínimo do seu, então corte da sua vida.

Não se diminua a ponto de ser decoração na penteadeira de alguém, não seja uma caixa onde quem chega deposita suas tranqueiras e sai mais leve, não assuma para si a responsabilidade de vida dos outros, você não pode viver em função da felicidade de alguém se você mesmo tiver as condições necessárias para buscar a sua própria felicidade. O mundo está cheio de gente infeliz, mas nem por isso queira ser infeliz por solidariedade, seja honesto consigo próprio e busque maneiras de, se tornando feliz, contaminar o seu mundo com a felicidade, tornando felizes as pessoas ao seu redor, tornando felizes aqueles que realmente se importam com a sua felicidade.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Reflexão

Que vergonha pode haver em reconhecer nossa dependência em um ser supremo? Nós não somos seres superpoderosos e não temos o controle da nossa vida, nem da ida, nem da volta.

Que mal há em reconhecer nossas limitações e dizer que não temos todas as respostas para nossas aflições? Precisamos reconhecer a vaidade que há em nos orgulhamos de feitos tão diminutos buscando uma falsa sensação de glória!

Quem disse que todos os dias seremos vitoriosos em todas as nossas batalhas? Precisamos reconhecer que muitas vezes, os revezes vão nos fazer voltar atrás, até pensar em desistir, e se desistirmos em algum momento, não pode haver vergonha em reconhecer que ainda existe tempo para levantar, sacudir a poeira e terminando a frase de um jeito diferente do esperado, dar a volta por baixo, com o aprendizado do resultado negativo anterior.

Não há mal nenhum em parar e descansar, não há mal em se silenciar, não há problema em reconhecer as falhas que temos, não há sentido em fugir para o nada, pois não há lugar para fugir em que você consiga se esconder de Deus e da própria existência, não existe fuga pois não há como fugir de dentro de si mesmo, não há uma forma de se anular a ponto nunca ter existido, e não há como fugir do amor que existe desde antes da construção do tempo.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Último segundo

A incrível habilidade de segurar decisões até o último momento. Quem nunca tomou uma decisão em cima da hora ou evitou a explosão de uma bomba no último segundo?

Se for para acontecer a bomba explode, sendo você leigo ou especialista. Se tiver de ser, quem insiste em você há de permanecer, quem não te merecia vai partir.

Não desarme bombas antes delas existirem, não chore a partida de quem ainda não chegou, valorize a persistência e a presença de quem decidiu ficar, aprenda a estar no tempo presente e faça as pazes com os ponteiros do relógio. Nenhuma bomba vai explodir agora, se acalme!

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Perdoe-se!

Só quem perdoa a sí mesmo é capaz de perdoar alguém.
Você não é culpado pelos próprios fracassos, por falhas ou estigmas.
Você não é culpado por não ter chegado onde queria ou achava que precisava.
Você não é culpado pelos atrasos do relógios, pelos cumprimentos que esqueceu de dar, ou pelo não que precisou dizer ao outro.
Só perdoando a sí mesmo, se cobrando menos, exigindo menos acerto em decisões e atitudes, é que todos nós vamos ver que estamos livres para perdoar os outros.
Talvez precisemos pedir perdão para quem nos magoou, talvez precisemos pedir perdão para o amigo que nos abandonou, talvez precisemos pedir perdão para o familiar que não nos reconhece mais, talvez precisemos pedir perdão para o desconhecido que passamos longe com medo do pior, talvez precisemos pedir perdão para todos estes, para perceber que estamos pedindo perdão para nós mesmos.
Perdoando a nós mesmos, estamos nos dando liberdade, estamos nos dando saúde, tirando o peso do ressentimento, tirando a dor que nos mantinha nas prisões subconscientes.
Estamos abrindo a cela para libertar quem nós não tínhamos coragem de perdoar, estamos libertando o outro da figura de carrasco da nossa própria morte em vida.
Quando perdoamos, amamos a nós mesmos, podemos amar ao próximo e chegamos mais perto de entender o amor de Deus.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

O direito ao choro

Chorar é um ato de coragem, seja onde e como for, chorar é um ato de humanidade, seja você quem for, chorar é um ato de dignidade, seja por qual motivo for!

Parem com essa de que chorar em público é ruim, de que uns merecem chorar menos que outros, de que o choro do outro é menos importante que o nosso, até parece que a nossa lágrima é única no mundo, mundo egoísta por assim se dizer, Porque todos nós queremos ver alguém chorando, porque quando esse alguém está sorrindo, nós também estamos criticando.

Criticamos a vida do casal no Facebook, criticamos a foto de comida no Instagram, criticamos a pessoa que procura por alguém no Tinder, criticamos toda e qualquer forma de pensamento que se distancie da nossa forma de ser, porque somos supremacistas e surrealistas quando queremos mostrar nossa identidade ao mundo! Queremos ser autores dos sorrisos e das nossa lágrimas e aquilo que foge do nosso controle é duramente atacado como não se fosse nosso e o egoísmo chega a tanto que nos cobrimos de defesas para os ataques inesperados que porventura possam vir até nós.

Por que chorar diante do mundo seria tão vergonhoso? Por que chorar em particular seria considerado sinal de fraqueza? Por que estamos sempre medindo nossas certezas diante da platéia? Por que buscamos tanto reconhecimento se estamos vivendo, não atuando em uma mera peça?

Temos o direito de chorar, não importa se por um resultado difícil em um esporte ou por uma batalha diária pela vida. Temos o dever de lavar nossa alma quando preciso, temos que aprender a expor nossas mazelas sem abrir mão de quem somos, temos que tirar nossas máscaras diante das câmeras, porque somos quem somos e se não choramos por quem gostamos ou pelo time que torcemos, ou somos fracos demais para reconhecer que pode haver motivo para sorrir, ou somos tão depressivos que o choro do outro nos traz inveja por não sabermos chorar como sempre queríamos.

Descontrole emocional? Descontrole emocional é sorrir com o sangue que escorre todos os dias pelas TVs e jornais, que é banalizado a ponto de virar piada, descontrole emocional é não chorar quando perdemos um familiar, um relacionamento, um emprego, por que não chorar quando se perde um gol ou por superar um desafio em meio a tanta crítica?

Chore o quanto quiser! Eu não estou aqui para julgar um choro, seja quem for o emissor das lágrimas, eu também me dou o direito de chorar.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Adesivo de Nicotina

Não gosto dessa história de sair de fininho, tirando aos poucos a importância daquilo que existiu ou do que poderia existir, se for para sair, que seja de uma vez e deixe tudo para trás.

Nem tudo na vida se resolve com tratamentos a base de adesivos na pele, tatuagens são a prova de que as marcas ficam, as feridas nos deixam cicatrizes e os fumantes vez ou outra sentem abstinência pelo cigarro, por causa de um adesivo ou uma foto o efeito pode parecer o mesmo, mas o tempo não apaga as marcas do prejuízo deixado.

Chegue como a brisa e saia como um furacão, leve tudo de si consigo, mas não tente fazer o contrário e achar que o normal é viver arrasado como um furacão por causa de uma brisa que passou.

Não existe tortura maior que sentir o sangue se esvaindo quando se pode curar a ferida apenas tirando o objeto do local onde se cortou.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Escadas

Existem escadas que nos levam ao nada porque lá só existia o passado.

Você pode até procurar, mas não vai encontrar nada, nenhuma passagem, nenhuma porta, janela, fenda, porque o que tinha lá não existe mais e por mais que você tente recriar, tudo não passa de lembrança.

Você acha que encontrou um caminho, que está subindo a escada, que pode reviver de novo tudo que já aconteceu, então se pega em um ciclo vicioso onde só o passado faz sentido pra você, porém reviver um passado que não existe mais pode ser um vício pior que o das drogas ilícitas em que vemos todos os dias pessoas como zumbis nas ruas.

Quando você dá por si mesmo, aquele zumbi andando sem direção, com a mão estendida para os outros, pedindo uma esmola ou um alimento, aquela pessoa roubando pra saciar um vício interminável, aquela pessoa morrendo na busca por um prazer que é cada vez menos suficiente, aquele viciado em drogas é você, que se viciou e se corta por dentro todos os dias por lembrar o passado querendo que fosse o agora e o depois.

Então aquela escada que você acredita estar subindo, é uma escada de descida, uma escada onde cada degrau te empurra "ladeira" abaixo e acaba diante de um precipício de morte interior, o que existe lá é pesado, é doloroso e ao mesmo tempo confortável e inebriante, os espinhos abaixo do precipício parecem confortantes, cheiram de longe como rosas que chamam por abelhas e aí a armadilha está feita.

Você morre com aquilo te ilude ou sobrevive fugindo da tentação de se jogar, o passado e o vício de sentir a dor te fazem constantemente estar diante desse precipício e assim como a droga, você vai mais e mais frequentemente visitar esse precipício, até que então você toma a atitude derradeira, ou você se ilude com falsas sensações e morre ou você aceita a realidade da abstinência, busca a vida e constrói novas escadas no presente.

Você pode relembrar o passado, mas não se condene por ele, você não pode viver dele para sempre.

Se dê o presente de viver o hoje!

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Êxtases

Aquela sensação de que coisas boas vão acontecer, aquela adrenalina por imaginar um mundo novo ao seu redor, aquela vontade de abraçar oportunidades que só existem na imaginação.

Algumas vezes precisamos sentir um pouco disso para nos sentirmos vivos, por mais vivos que estejamos, a vida acaba nos anestesiando com a monotonia dos tempos mórbidos.

Por momentos eu tenho vontade de reaprender a andar de bicicleta, de estudar uma matéria nova, de comprar uma camisa diferente, só pra voltar a sentir essa sensação de renovação, um êxtase misturado com paixão, algo que talvez drogas ilícitas possam fazer em viciados, mas o que eu quero vai além, é acreditar que mesmo vivendo em tempos vazios, alguma coisa ainda pode ser capaz de me preencher.

Queria encontrar no meio do caminho, alguma grande mente do pensamento humano, uma pessoa com quem conversar horas sem que o cansaço se abata, ter o emprego dos sonhos, ou simplesmente abraçar a mim mesmo de um futuro ou um passado distante e dizer ou ouvir "deu tudo certo".

Na verdade, talvez eu queira ser só mais uma criança, que brincando na rua, fez uma grande descoberta e correu pra contar para a mãe, ou um senhor de idade contando todos os grandes feitos da juventude, rodeado por seus netos e filhos, sentado em uma cadeira de balanço, olhando tudo em volta, sem acreditar que conseguiu chegar até ali.

Procura-se profundidade

Não faça de si mesmo uma geladeira onde você "congela" as pessoas que não podem acessar seu coração entorpecido pela frieza da sua alma. Não espere que as pessoas se submetam a quebrar pedras esperando que hajam diamantes onde não houve estrutura para moldar uma simples pedra de carvão, que não aguentou nem a primeira pancada da vida.

Ninguém é merecedor da indiferença disfarçada de nobreza frente aos que não são considerados merecedores de sua realeza vazia de sentimentos e repleta de egoísmo dolorido das vontades não atendidas.

Fazemos jogos parecidos com os vistos nos filmes, jogos sem sentido com o intuito vago de atrair a atenção das pessoas que achamos interessantes, e quando o jogo dá certo, nós nos gloriamos por essas pessoas estarem em gaiolas virtuais, esperando por um "alimento" diário, uma mensagem respondida, uma curtida numa foto, todos acometidos por grandes ilusões de alcançar algo de nós, como se nas redes sociais fôssemos deuses em busca de seguidores que nos adorem em busca da salvação na forma de amizade ou relacionamento mais profundo.

Pessoas essas que se tornam tão rasas que se fossem jogadas nos oceanos dos relacionamentos complexos, afundariam completamente em sua própria loucura, porque em si mesma não é capaz de abrigar uma gota de chuva, quanto mais um imenso oceano vivo e saudável.

Não há ganho nem vantagem em fazer jogos , Não há sentido em aproximar pessoas e fazer delas mais um lixo descartável para esconder suas misérias, para se sentir amado ou desejado e brincar quando bem puder com esses que são considerados objetos, colecionadores de pessoas, narcisistas perdidos na lama da solidão espiritual.

Não custa nada ser transparente, parar de alimentar o próprio ego, se tornando um obeso mórbido emocional e definhar a energia dos que ainda acreditam que pode existir diálogo saudável, sem que olhemos para um lado com vontade de ir para o outro, dando a mão ao caminhar, mas segurando frouxamente na intenção de escapar.

Aperte a mão com força, abrace sem medo, olhe nos olhos com mais ímpeto, ande lado a lado com quem vale a pena, escolha uma direção e vá sem vontade de seguir o caminho contrário o tempo todo, seja sincero nos sentimentos, nas vontades, nas escolhas, faça disso uma atitude diária de trazer a verdade para quem quer verdade, de trazer vida onde se espera que se viva!

domingo, 13 de maio de 2018

Nuvens Negras

Quem nunca amanheceu um dia qualquer se sentindo não muito bem e precisando de silêncio? De um pouco de solidão? Quem nunca precisou se afastar de algumas pessoas mais próximas por alguns minutos, horas, dias, talvez semanas pra poder assimilar alguns sentimentos, dores ou só para não magoar com palavras duras essas pessoas? E quando não tem como sair de perto? O que fazer pra causar o mínimo prejuízo possível?

Esses dias existem para todo mundo, mas a maioria de nós, parece que existe uma obrigação de manter uma postura, um sorriso ou atitudes que mostrem que você é maduro, que você apesar de passar por problemas como todas as outras pessoas, você é mais um que aprendeu a lidar com as frustrações, medos e ansiedades, mas não é assim que funciona.

Nem todo dia é dia de sol, alguns dias são de intensas tempestades, raios, trovoadas, enxurradas e vivemos muitas vezes isso dentro de nós, sendo que por fora temos que representar, atuar, mostrar que estamos em paz, porque se mostrarmos o oposto, talvez a gente carregue outras pessoas em nossa tempestade sem que se perceba, ou não sejamos tão bem compreendidos assim.

O tempo passa, a gente passa por algumas decepções, o medo do futuro bate a porta, as cobranças por realizações aumentam, a gente se percebe longe de onde deveria ou queria estar, e em alguns desses dias, não há palavra de conforto que nos ajude a melhorar, a sair dessa tempestade, só o que resta é esperar que ela diminua sozinha, e dessa forma mesmo querendo diminuir os efeitos em volta, é inevitável que eles aconteçam e você se veja longe porque a tempestade pode ter demorado tempo demais pra passar.

Mas e quando a tempestade demora a passar, quando passa sobra o que? Talvez o necessário pra continuar acreditando, pra entender finalmente os sentimentos que teimam em nos tirar os dias ensolarados. O que temos que aprender é que ninguém é obrigado a fingir estar bem, mas sair da tempestade é preciso, que o tempo vai nos ensinando a lidar com os ventos que chegam, apesar de nem sempre controlamos a direção das nuvens.

Então, se você perceber que nuvens negras chegaram, não se desespere, é normal não estar bem todo dia, não é normal esconder isso das pessoas e fingir estar tudo bem o tempo todo, mas que isso também não sirva de desculpa para buscarmos de forma egoísta a atenção dos outros para nossas dores.

Que possamos agir com equilíbrio diante das tempestades, criando mecanismos e atitudes que aos poucos nos façam perceber quando nuvens negras chegam em nossos dias ou nos dias de outros e o que é melhor para cada um nestes momentos.

Nuvens negras nem sempre trazem desastres, mas também trazem a reflexão necessária para voltarmos em melhores condições.

domingo, 29 de abril de 2018

Pétala de girassol

A gente percebe que mudou quando repete fotos nos mesmos lugares em que esteve em um passado distante. Os tempos mudam, as condições nos moldam, as pessoas se transformam e nos adaptamos ao que vai acontecendo ao nosso redor.

Era um menino que sonhava em mudar o mundo, mas o menino descobriu que precisava mudar muito mais dentro do que fora, que amadurecer era preciso e que aos poucos perceberia que o mundo era muito mais que aquela vaga concepção romântica sobre luz no fim do túnel.

Muitas luzes e muitos túneis são consequências das nossas próprias escolhas, a luz pode ser qualquer um de nós, os túneis podem ser a nossa própria escuridão, algumas vezes é difícil reconhecer quando a nossa luz está em vantagem em relação a tanta dúvida que pode aparecer no caminho, mas aos poucos o caminho vai sendo revelado e o que parecia escuro e fechado se torna amplo e iluminado, aos poucos o espinheiro que toma conta diante das incertezas, aquele emaranhado que te leva de nada à lugar nenhun vai sendo substituído pelo horizonte, diante de cada escolha que tomamos, vamos abrindo caminho dentro da nossa própria consciência para que o nosso espírito se revele sábio diante dos infortúnios e desafios que vencemos ou fracassamos em algum momento da nossa vida.

Pode ser que no final a gente ria disso tudo, pode ser que a gente chore, pode ser que no final a gente perceba que foi ainda ontem que a gente disse que aquela pessoa de outrora não existia mais, mas foi exatamente essa pessoa que disse isso na esperança de reencontrar quem deixou no passado.

Todos nós mudamos com as experiências e esperanças, mas é a nossa essência que nos faz sonhar incansavelmente com o nosso mundo melhor, e ver reinos gigantescos surgirem em uma pétala de girassol.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Desapegue-se!

Desapegue-se!

Não das pessoas que gostam de você, da boa e velha amizade, das pessoas que você ama, não abra mão dos sorrisos, de boas lembranças, das conquistas e pequenas vitórias, não esqueça das pessoas que te ajudaram e confiaram em você, daqueles que investiram e acreditaram nos seus sonhos e projetos.

Desapegue-se do orgulho, de pequenas picuinhas, de coisas que já ficaram para trás e que não merecem ser revividas diariamente, de pesos que atrapalham a caminhada e nos fazem tropeçar, das pessoas que disseram que você não conseguiria ir além, das vezes que você pensou em desistir, dos momentos em que só havia escuridão, desapegue de ressentir as dores, de reviver ilusões de falsas separações.

Desapegue-se das várias certezas duvidosas e de algumas razões passageiras, de ganhar discussões sem mérito, vencer batalhas imaginárias, de viver de falsas promessas de mudança ao custo de um sacrifício desmedido, de cobrar a si mesmo um resultado que vem no tempo certo, de fazer o relógio voltar no tempo e chorar o que não mudou, de tentar avançar a hora e esquecer de viver o agora.

Não se preocupe em deixar algumas coisas no caminho, não ligue se pessoas se voltarem contra você, não se importe com as críticas e acusações que tentam colocar em dúvida o seu caráter. Quando você sabe quem você é, nada do que dizem sobre você importa, nenhuma armadilha te alcança, nenhuma guerra te abala, sua paz é que transforma o ambiente por onde você for e muda a opinião de quem te julgar.

Não perca tempo se dedicando a se defender dos outros, seja você mesmo instrumento de paz, não prepare uma prisão para quem se diz seu inimigo, mas dê liberdade para que conheça seu próprio caminho, leve conforto a quem acha que precisa odiar o mundo e veja o amor fluir.

Desapegue do que te prende ao chão e veja o mundo de outra forma, se a vida é um balão, incendeie-se de ar quente, voe e viva!

quinta-feira, 29 de março de 2018

Fusão

De hoje em diante eu só quero relacionamentos que ultrapassem o limite da pele, superem os limites da carne, envolvam os ossos e tomem conta da alma por completo.

Uma fusão onde dois se tornem de fato um e não haja uma forma de definir qual parte é de quem, combinação em nível anatômico, atômico, espiritual e universal.

Uma profusão, incineração, recombinação, uma força superior a da energia gerada nas explosões solares, gerando vida em planetas ainda desconhecidos.

Relações que se perdem nas esquinas, que duram algumas horas, até o primeiro desencontro, até o primeiro desencorajamento, até a primeira falha, até a primeira desconfiança, que são frágeis como roupa velha, essas relações não me interessam, não me animam, não me geram expectativas.

Ilusões já não me chamam atenção, não me atraem, não causam novas sensações, só me fazem parar e pensar no motivo de continuar onde estou.

Não quero saciar apenas o meu desejo, não quero me curar machucando o outro, não quero tratar minha insanidade, transferindo a responsabilidade da minha cura para uma terceira pessoa, não quero carregar o passado lado a lado com o meu futuro, não quero muletas que me reensinem a caminhar, não quero marcar na pele aquilo que não pode transformar minha essência.

O que eu quero é maior que o imediatismo dessa geração fast food, o que eu quero é o "para sempre" vivido todos os dias, em todos os altos e baixos que a vida pode proporcionar.

Ao lado, junto e dentro!

sexta-feira, 23 de março de 2018

Equilíbrio

Todos os dias estamos sujeitos a pressões, pressões de todos os lados, no trabalho precisamos bater as metas diárias, semanais, mensais e anuais, na vida sentimental precisamos encontrar alguém para namorar, casar e formar família, precisamos fazer faculdade, comprar um carro, ter uma boa remuneração, ser reconhecidos pelos nossos feitos, proezas e milagres, só que nem tudo acontece de acordo com as pressões que nos é imposta.

Chega um momento em que não suportamos o peso, jogamos tudo para o alto, chutamos o balde, explodimos ou somente implodimos sem que ninguém perceba, aí toda a pressão por resultado se transforma em frustração pelo fracasso, o peso desmedido das devoções e atitudes se transforma em poeira e só o que encontramos é a breve expectativa de quem seríamos.

Quando aprendemos a colocar nossa vida em equilíbrio, não andando numa corda bamba e correndo o risco de cair a qualquer momento na jaula dos leões, mas aprendendo a escolher o que é realmente importante, passamos então a dar prioridade ao que nos dá leveza e ao que nos proporciona o crescimento necessário para se traçar algum objetivo, porque só assim é que se pode enxergar com clareza quem somos e o que estamos fazendo para chegar onde queremos.

É preciso equilibrar pesos e medidas, é preciso reavaliar julgamentos, reconhecer os erros, estabelecer um meio termo, porque para viver bem devemos considerar nossas limitações e nossas qualidades para empregá-las na próxima jornada.

O desequilíbrio gera extremismo, que leva ao fanatismo, que leva à cegueira e à ignorância.

Ao menor sinal de desequilíbrio pare onde está, respire, sente na beira do mar e admire o horizonte.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Roupa Social

Eu não gosto de roupa social, você talvez não goste também, mas em alguns momentos da vida é necessário você se adequar, mesmo que o lugar onde você esteja não seja de requinte ou sofisticação, mesmo que não exista status social ou a remuneração que você deseja.

Quando estamos usando algo que não gostamos, estamos em um lugar que não queremos ou estamos passando por situações incômodas, isso significa que precisamos passar em determinados momentos por tudo isso, para que lá na frente, nossa história seja vista como uma história em que nos adaptamos quando necessário, para que pudéssemos crescer onde era preciso, porque tomamos decisões que outras pessoas não tomaram, assumimos riscos que outras pessoas diriam ser loucura, acreditamos quando a crise era determinante de fracasso, ousamos quando a maioria achava melhor ficar onde estava.

O lugar onde você está hoje está te moldando para o lugar que será seu amanhã. Não tenha medo de momentos estacionários, aprenda com eles que é possível avançar!

domingo, 18 de março de 2018

O lápis

Tem lógica não perdoar aquele amiguinho que roubou seu lápis na primeira série? Será que ele ainda se lembra que roubou seu lápis? Será que ele está na prisão por assaltar a Faber Castell? 

Uma verdade que nos acompanha é que com uma pequena atitude motivada pela imaturidade dos tempos passados, acabamos tirando conclusões precipitadas, perdemos tempo criando uma falsa ideia de quem esse alguém é, tirando do nosso julgamento as experiências que moldam as pessoas com o tempo, talvez até esquecendo que algumas dessas pessoas também nos fizeram bem de alguma forma

Se o amiguinho que roubou seu lápis te pedisse perdão 30 anos depois, você perdoaria, teria esquecido do fato ou exigiria o lápis de volta?

Perdoe a si mesmo e você vai ver que você não tem amnésia, mas pode escolher quais são as memórias que você quer carregar com mais frequência na bagagem e qual bagagem vai te fazer mais leve, você não pode escolher ter só experiências boas na vida, mas você pode decidir o que é realmente importante pra você. 

O menino que roubou seu lápis, pode também ser o menino que te deu um abraço quando você se machucou no pátio da escola.

Qual memória você prefere carregar pra sempre?


sábado, 17 de março de 2018

Perdoar

Perdoar algumas vezes significa voltar umas 10 casas em um jogo de tabuleiro, talvez voltar lá atrás, onde uma peça ficou no caminho, rever algumas jogadas, deixar no passado o peso dessas jogadas, ficar umas duas ou três rodadas sem jogar e voltar mais forte para o jogo, entendendo que não joga melhor quem passa por cima dos outros, mas quem ajuda alguém a avançar junto com você.

Perdoar é abrir mão de algumas jogadas para que a justiça se faça dentro de você e você também possa pedir perdão, perdoar é vencer um jogo que parecia perdido e ver que o troféu que está nas mãos do outro, também está sendo compartilhado com você.

Perdoar é um caminho sem volta, é um caminho de volta, é um caminho de reviravolta, é desfazer um odre velho e colocar novo vinho em odres novos, pois quem perdoa não é mais o mesmo, quem perdoa nasce de novo.

Perdoar é se libertar de uma escravidão onde não há portas trancadas, é sair por escolha própria de uma prisão imaginada para outra pessoa, é a cura para as dores da humanidade, é a revelação da existência de um bem maior, é abrir mão de se orgulhar dá razão, para entender que maior que qualquer orgulho que pode existir, somos completamente livres quando escolhemos dar as mãos.

70 x 7

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Um sonho bom

Um dia me disseram que esquecer o fim de uma história era questão de tempo, uns 3 ou 4 meses talvez, não disseram que os meses poderiam durar anos, mas não é sobre isso que eu quero falar...

Sonhos podem ser bons, podem te fazer lembrar de tempos, pessoas e lugares que permanecem existindo intactos ou que existem apenas na nossa memória, alguns são rapidamente esquecidos, outros nos fazem perder o sono e são extremamente detalhados.

Quantas vezes sonhamos com nosso passado e os amores que passaram por nós, nas recaídas da madrugada, nos pegamos pensando tão fortemente que sonhamos com a dor que sentimos por perder alguém que fez parte de grande parte da nossa história, desejamos aquele reencontro digno de cinema mudo, desesperados, atravessamos a rua, corremos ao encontro daquela pessoa, mas acabamos nos dando conta de que aquela pessoa, ou nunca existiu, ou não existe mais da forma que conhecíamos.

Passa a primeira semana, o primeiro mês, o primeiro ano, você atravessa ruas imaginárias, entra em casas simuladas, tem diálogos inventados, sonha tudo em busca de uma solução para um problema que não tem resultado real, que a verdadeira solução é encarar a realidade e seguir o rumo, porque todas as realidades simuladas na sua mente tem o mesmo resultado.

Até que depois de meia década talvez, você esteja vivendo outro momento, tendo outras prioridades, buscando outros caminhos, outras realizações e você dorme.

...

Hoje você esteve em casa, dormiu aqui , mas estranhamente não falava comigo e eu tentava atrair sua atenção, fingia dormir, mas te observava, apesar de não fazer sentido você estar aqui.

- Como assim? - Pensei comigo.

Enquanto isso eu tentava entender o que eu teria feito pra saber o que deveria fazer, então via que outro dia tinha passado e você ainda estava aqui, e em algum momento eu passo em um cômodo e te vejo vendo nossas fotos no meio de tantas outras que eu ousara esconder de mim mesmo e você me pergunta sobre uma das fotos.

- Essa foto é da sua vozinha?

Aquela pergunta me estremece e me faz começar um diálogo completamente inesperado, me fazendo rever nossas fotos antigas e que de tão empoeiradas, precisaram de uma limpeza que eu me encarreguei de fazer, pouco antes de relembrarmos e conversarmos sobre aqueles momentos que passamos juntos, matando a saudade, sem medo de mostrar quem eu era naquele exato momento, deixando transparente por onde e por quem eu tinha passado depois de você.

Depois daquela conversa, eu me via feliz e esperançoso por ver você ao meu lado novamente, um sentimento bom percorria meu corpo com aquela experiência, depois de tanto tempo que havíamos nos afastado.

...

Quando você acorda, lembra que mesmo depois de tanto tempo, as coisas não mudaram, porém, diferentemente das ocasiões anteriores, você percebe que teve um sonho bom.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Desafogar


É tão fácil reclamar de tudo que parece ruim no nosso dia e apenas ver as coisas como se tudo fosse um conjunto de planos que deram errado, é tão fácil julgar, culpar o outro e nos vitimizarmos pelas coisas que saíram do controle, pelos projetos que não saem como o previsto, pelas resoluções que não se cumpriram e pelas desilusões diárias, é muito fácil tirar do próprio Eu a culpa, agir como se tudo viesse de fora e para fora, como se fôssemos deuses de nossos sentimentos e na hora que a chuva caisse essas lágrimas seriam destinadas aos pecadores que nos afligiram no momento de benignidade suprema, como se a nossa bondade dependesse do altruísmo alheio.

É fácil estando numa zona de conforto, se adequar e conformar com tudo que acontece, aguentar o peso da escuridão, guardar tudo dentro de malas de viagem e dizer que está tudo devidamente guardado para o momento oportuno, simplesmente porque sair da zona de conforto confere que Eu, você, todos percebam que tem um grande espaço vazio no lugar das reclamações, autopunições e mutilações diárias da subjetividade, e que jogar tudo isso fora é fazer com que abandonemos os vícios antigos em busca de algo novo que preencha essa sensação de que a mudança gera incerteza sobre quem você foi ou o que está para se tornar.

Usamos as redes sociais para nos fazer de coitadinhos, postamos frases de auto ajuda que não ajudam em nada, fazemos da nossa vida uma gaiola em que esperamos ter asas pra voar, mas não temos coragem de assumir o risco e esperamos o alimento vir até nossa boca, como se um milagre fosse transformar as cinzas em uma nova fênix ressurgida de dentro dos confins de um universo separado só para nossas gritarias mimadas por atenção.

A gente só se transforma quando somos capazes de enxergar que precisamos abandonar o peso de ser quem somos e deixar de dizer que não somos merecedores de um futuro melhor, quando reconhecemos manias, traumas e doenças e tomamos o remédio indicado para haver melhora, quando paramos de alimentar o poço dos desejos com moedas feitas dos nossos egoísmos, quando decidimos levantar e mudar a cena que estamos vivendo, dar um grito de "Acoooooorda!!!!!!" E bater no peito dizendo que é capaz de sair dessa existência tão rala e superficial.

Somos capazes sim de abandonar o vício da dor, de focar nossa atenção ao que vale a pena, de ressurgir das cinzas, jogar fora a depressão, ansiedade e transtornos mentais e usá-los ao nosso favor em prol de gente que está igual, ou até pior que nós, gente que já tentou dar um fim ao que você e eu sabemos que nunca tivemos coragem de fazer, por maior que tenham sido os abalos sofridos ao longo da vida.

Não estou dizendo aqui que é rápido, mas que recaídas acontecem, e constantemente vamos nos ver tendo que fazer escolhas absurdas, decidir entre guardar uma mágoa, prendendo a pessoa na nossa mente ou perdoar quem nos machucou e deixar ir embora, deixar a luz entrar ou se levar pela escuridão, entretanto não tenha medo de substituir o peso por algo totalmente novo que pode fazer da sua vida algo que você nunca esperou viver, abrir espaço para sorrisos, mesmo que isso demande tempo e comprimidos, mesmo que seja necessário terapia, muita oração e experiências que te levem a sair do casulo das emoções empoeiradas na gaveta e rever casa imagem esquecida.

Você, eu, todos nós somos capazes de encontrar um grande rio de águas transparentes fluindo de dentro de nós, do cosmo profundo, capaz de mudar completamente a estrutura do nosso ser, mas é preciso abandonar o apego ao que ficou pra trás, hoje mesmo podemos mudar nosso mundo, mesmo que não saibamos exatamente o que fazer no segundo seguinte, ter a certeza de que mesmo em meio aos espinhos, a semente é capaz de florescer e gerar vida dentro e fora de nossos egos.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Desgovernados

Da mesma forma que ninguém sai de um carro em movimento, não é possível, do lado de fora parar um carro desgovernado.

Só saímos de um automóvel quando paramos ele, em circunstâncias normais, e tão somente dentro de um carro desgovernado é que devemos retomar o controle do veículo, mesmo que a situação momentânea indique que uma tragédia possa acontecer, somente quem está dentro sabe o que pode fazer para se restabelecer e ninguém pode invadir um carro em movimento e fazer com que ele pare.

Algumas vezes vamos perder o nosso próprio controle, vamos tentar abandonar nosso carro descontrolado, vamos entrar em ônibus e caminhões desgovernados achando que podemos reassumir o controle de tudo, mas não existem super-heróis e não somos heróis de ferro que salvam o mundo da tragédia iminente.

Ao contrário do que estamos sujeitos a ver todos os dias no trânsito, muitos de nós somos ou estamos como carros, estamos desgovernados por dentro, mas por fora parece que demonstramos total controle da direção, até fazendo com que outras pessoas mantenham o seu controle, entramos e saímos das vidas de várias pessoas, sem perceber, estabelecendo uma margem de segurança na forma como dirigem ou causando colisões inesperadas que nos fazem ter que reparar danos que muitas vezes levam anos sendo tratados, nos fazendo trocar peças e perdendo o rendimento ideal para seguir em frente.

Se tivéssemos um curso de direção defensiva para lidar com pessoas no contexto geral , perceberíamos cada placa indicativa que o olhar do outro apresenta em seu modo de dirigir sua vida, quando estaríamos dirigindo uma estrada rumo ao nosso lugar de descanso ou parados no acostamento pedindo ajuda pra continuar.

Como não temos auxílio de placas ou do monitoramento de um órgão regulador, o que nos resta é aprender com as colisões e experiências, que somos fundamentais no processo de construção de um veículo sadio, que tudo que foi mencionado acima vai acontecer com muitos de nós, mas que a resiliência e a fé podem nos tornar maduros o suficiente para dirigir a própria mente e reconhecer que tipo de ajuda cada um vai precisar na estrada.

Que não sejamos negligentes ou impessoais com o próximo, mas que também saibamos não ser atropelados por mentes perversas e inconstantes, por relacionamentos falidos ou pelo medo de não ter o controle do destino no GPS.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Pequenos passos


Não nascemos sabendo tudo, não aprendemos a correr antes de andar, não aprendemos a falar sem antes balbuciar pequenas expressões, com o tempo é que vamos desenvolvendo nossas características que vão nos acompanhar ao longo de uma vida, mas muitos passos na nossa caminhada são dados repetidas vezes de forma errada até que um pequeno aprendizado que resulte em avanço de fato aconteça.

Com muitas quedas, às vezes nos machucamos e voltamos atrás para ter certeza do que queremos e estamos fazendo, acontece quando estamos engatinhando e acontece na vida adulta, estamos sempre em processos de aprendizados, estamos sempre engatinhando em alguma área da nossa vida, mas o importante é comemorar cada pequeno sucesso, por menor que seja, sem que a gente se deixe levar pelo novo conforto e sem nos pressionarmos a ir mais rápido.

Com tanto desafio na vida, a gente se pega pensando muitas vezes nas coisas que acabaram ficando para trás ou nos avanços que não aconteceram, muitas vezes vamos acabar estagnando em alguma área e priorizando outra, talvez por uma crise ou porque o vento mudou nossa direção, não podemos nos culpar também pela mudança que sobrevém nossas vidas em algum momento, sempre que pudermos fazer um balanço é importante avaliar o que cada experiência nos trouxe e o que ganhamos mesmo com uma perda, a nossa postura vai determinar o nosso ritmo frente ao futuro.

É certo que muitas vezes vamos ser bem diferentes daquilo que pensamos anos atrás, vamos precisar engatinhar, aprender a andar, mudar sonhos, ideais, pretensões, e talvez a mudança seja tanta que a gente nem se reconheça no futuro, mas o importante mesmo é não ter medo nunca de recomeçar.

Comemore cada pequeno passo, cada pequeno avanço!

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Tempo

O que ocupa o seu Tempo?

Tempo de plantar, tempo de colher, tempo de chorar, tempo de sorrir...

O tempo está sempre passando, mas o mais importante disso é a gente focar no tempo presente, nas escolhas que podemos tomar, nas decisões diárias e corriqueiras que precisamos ter, mas não entendemos isso e vivemos sempre preocupados com o que vai passar ou remoendo o que passou, isso atrapalha a nossa caminhada e tira o brilho dos bons acontecimentos que surgem na nossa frente, seja uma oportunidade de emprego ou o sol se pondo na beira do mar.

Grande parte das nossas neuroses, das nossas manias e medos se dão porque perdemos muito tempo presos ao tempo errado, vivemos grandes depressões por causa de eventos que não cumpriram nossas expectativas, remoendo as dores, roendo o osso da nossa existência, tentando encontrar uma realidade alternativa que responda o que não tem resposta, ou então ficamos ansiosos gerando expectativas demasiadas sobre algo que está acima do nosso controle e também fora da nossa compreensão, perdemos e gastamos energia perdendo tempo no tempo errado, enquanto podemos acreditar que aqui é agora podemos fazer algo.

Enquanto não houver texto que complete seu livro, tenha espaço para escrever novas histórias, porque no tempo certo sua história já de ser contada.

(Pedro Garrido)

#EuEscolhiEncontrar

domingo, 21 de janeiro de 2018

Floresça!

Floresça! Mesmo em meio aos espinhos.

Por mais que a vida tenha te levado para terrenos áridos, a secura e frieza tenha feito parte de grande parte dos seus relacionamentos, por maiores que tenham sido suas dores emocionais, traumas de infância, adolescência, ou que sua juventude e vida adulta não sejam como você sempre quis.

Hoje os espinhos que te defendem do pior podem se tornar as flores que te levam a encontrar o melhor. Transforme suas defesas, se deixe abalar pelo amor, se afete com o afeto das pequenas atitudes, se estimule a encontrar a paz que falta em você, não deixe que te digam que você é quem nunca foi.

Floresça! Talvez a lágrima faça parte do processo, o grito seja incontido, não se preocupe com quem vai ver ou ouvir o que você sente, sua atitude pode promover a mudança em você e nas pessoas que seguem seu exemplo, portanto, pule como criança, grite aos quatro cantos, irrigue seu coração, mesmo que seja com lágrimas, as mesmas lágrimas que te fizeram triste uma vez podem trazer ao mundo uma nova forma de superar suas dores.

Olhe bem! Olhe para tudo que você conseguiu ser, mesmo carregando o peso e os espinhos, olhe quantas pessoas te seguem e te admiram por simplesmente ser você, sem máscaras, sem maquiagens, sem teatro ou hipocrisia. Olhe para todos que já passaram caminhar ao seu lado, mesmo conhecendo sua humanidade, olhe para todos que mesmo discordando e muitas vezes se chateando com suas decisões, te apoiaram e estiveram ao seu lado até o fim.

Floresça! Os espinhos que te protegem são as flores que te trazem vida, você pode semear o mundo, basta não ter medo de ser semente, de ter raízes e de lançar seus ramos.

Sabe aquele peso que você carrega? O jugo que você acredita ser seu? Você não é o que fizeram com você! Você é aquela criança que deixou guardada e não sabe como fazer pra se encontrar porque perdeu a referência do caminho de casa. A casa sempre foi você! Não tenha medo de não saber quem você pode ser quando se livrar de todo o peso que te fazia estar com os pés no chão. Algumas vezes o segredo para ser feliz é tirar os pés do chão e se deixar reaprender, aprender de novo a ser você, esquecer tudo e começar do zero, sem medo de ficar irreconhecível aos olhos de quem sempre te julgou, de quem conhecia as próprias margens, mas nunca mergulhou profundamente.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Ainda bem que existe a vida além do Tinder

Já se arrependeu por descombinar com alguém no Tinder, passar pela foto da pessoa e não dar aquele match por engano ou por causa da foto que foi postada, ou ainda deixar anos na lista de espera e ver que aquela pessoa já se casou e esqueceu de desativar o aplicativo?

Eu sei que os dias de hoje estão corridos, e tudo é exageradamente cobrado, a rapidez é prioridade em todas as escolhas e algumas vezes deixamos passar oportunidades únicas na vida, mas eu quero dizer uma coisa ao longo desse texto...

Todo mundo já usou algum App de relacionamento pra tentar arranjar alguém, seja por curiosidade ou por vontade mesmo de ter alguém. Normal, ninguém precisa se envergonhar por ter entrado em uma fria alguma vez na vida, isso é até engraçado depois de um tempo, depois que o susto passa e você volta pra casa e que vê no que se meteu, mas brincadeiras à parte, muita gente boa já se conheceu por lá, porém não é só esse o meio pelo qual você pode encontrar alguém...

Não se preocupe com o match perdido em um App, vai que vocês se encontrem por acaso na fila do mercado, na mesa de um bar, no banco da igreja, no parque, na praia, saindo de casa, no ônibus, etc, etc e etc... Existe uma infinidade de possibilidades, não despreze os pequenos encontros e não se desespere com os desencontros , os pequenos momentos podem contar grandes histórias.

Você pode estar do lado dessa pessoa hoje e nem saber que ela é aquele match que você não deu, a foto que você não curtiu, a solicitação de amizade que você ignorou no Orkut, nunca se sabe quantas vezes vocês se esbarraram virtualmente até que ela de fato fosse ao seu encontro real.

Já pensou se todas as grandes oportunidades da vida estivessem somente em apps? Ainda bem que existe a vida além do Tinder!