sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Prisão e proteção

Não confunda prisão com proteção!

Muitos de nós, nos dias corridos de hoje, temos adotado para nossas vidas, técnicas para nos protegermos de possíveis perdas, danos e dores, sejam elas de ordem financeira, patrimonial, física e até mesmo emocional, fazemos planos de saúde, seguros de vida, seguro para todo tipo de problema, mas será que realmente estamos seguros, assegurados de que seremos restituídos no caso de perda?

Estamos nos protegendo tanto, que na busca incessante estamos cerceando nosso direito de ir e vir, o direito de pensamento e o direito de arriscar algo mais ousado na vida, estamos criando prisões, prisões que mais parecem cavernas de Platão, Até podemos enxergar a luz distante, mas é mais confortante ver a luz distante que ir atrás de uma solução para o questionamento sobre o que é a luz, estamos nos adaptando a uma escravidão, colocando cercas e grilhões ao nosso redor e no nosso corpo, parece mais fácil perder a liberdade em busca de proteção do que reconhecer dentro de nossa personalidade características que nos tornem mais fortes em batalha.

Por medo de nos machucar, restringimos opiniões, relacionamentos, evitamos alçar voo em novas oportunidades e possibilidades, a zona de conforto parece o melhor lugar para ficar, mas não percebemos que com isso, nos enjaulados nas piores prisões existenciais possíveis, a prisão do medo, da depressão, da ansiedade, porque fazemos falso julgamento perante o mundo, nos colocamos como sendo menores do que realmente somos, permitimos "invasões de terras" em nossos domínios, nossa subjetividade, abrimos mão em alguma parte do passado, de assumir nossa posição no mundo, por que a competição por espaço no mundo, fez com que outras pessoas dominassem quem você é e tirassem você do jogo, quando na verdade a pessoa que te tirou do jogo é que era a pessoa com problemas.

Não confunda prisão com proteção, não aceite que pessoas coloquem placas de aviso em você e digam que ali é território inóspito, não se rotule pelo medo de parecer menos do que você é, você é merecedor de algo bem maior e melhor, você não é o relacionamento abusivo que deteriorou sua visão de mundo, você não é o peso que outras pessoas lhe impuseram quando você apenas queria ser feliz, você não é culpado pelas histórias dos outros, pare de buscar no preço dos seguros a segurança que não se encontra no abismo do silêncio mutilador, é necessário se proteger, mas não coloque armadilhas na sua própria vida para que outras pessoas boas não cheguem até você.

Você tem se protegido ou aprisionado?
Liberte-se de si mesmo, a pior prisão é a de uma mente subjugada por rótulos que pessoas mal curadas dão para pessoas que estão em busca de cura.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Limites

Dê limites para as pessoas, não deixe que elas invadam sua vida e digam quem você é ou quem você tem que ser para elas, baseado no que elas não foram capazes de ser e também não são, você não é obrigado a deixar a porta aberta o tempo todo pra ninguém.

Se responsabilize pelos seus erros, não culpe os outros pelo que deveria ser correção sua, não distorça as palavras dos outros para se culpar por algo ter dado errado, você é senhor da sua própria vida e deve exercer o controle de todos os territórios dela.

Não atenda o telefone se não quiser, não receba e nem leia mensagens, como se houvesse obrigação de resposta rápida, se não tiver interesse ou se estiver ocupado demais para fazê-lo não tenha medo de não fazer, a vida não é o imediatismo da respostas em redes sociais, foque no que é necessário e prioritário para sua vida, o prazer ou as mensagens triviais podem esperar, os e-mails vão ser respondidos, as conversas serão postas em dia, mas não abra mão de nada seu por medo de perder uma oportunidade, uma pessoa ou mesmo um prêmio Nobel.

Sem pressa, sem medo, sem opressão, todas as pessoas que precisam ficar na sua vida vão ficar, quem tiver que sair vai sair, nada disso é motivo para culpa, apenas aceite que existem espaços que precisam ser respeitados e se alguém não respeitar o mínimo do seu, então corte da sua vida.

Não se diminua a ponto de ser decoração na penteadeira de alguém, não seja uma caixa onde quem chega deposita suas tranqueiras e sai mais leve, não assuma para si a responsabilidade de vida dos outros, você não pode viver em função da felicidade de alguém se você mesmo tiver as condições necessárias para buscar a sua própria felicidade. O mundo está cheio de gente infeliz, mas nem por isso queira ser infeliz por solidariedade, seja honesto consigo próprio e busque maneiras de, se tornando feliz, contaminar o seu mundo com a felicidade, tornando felizes as pessoas ao seu redor, tornando felizes aqueles que realmente se importam com a sua felicidade.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Reflexão

Que vergonha pode haver em reconhecer nossa dependência em um ser supremo? Nós não somos seres superpoderosos e não temos o controle da nossa vida, nem da ida, nem da volta.

Que mal há em reconhecer nossas limitações e dizer que não temos todas as respostas para nossas aflições? Precisamos reconhecer a vaidade que há em nos orgulhamos de feitos tão diminutos buscando uma falsa sensação de glória!

Quem disse que todos os dias seremos vitoriosos em todas as nossas batalhas? Precisamos reconhecer que muitas vezes, os revezes vão nos fazer voltar atrás, até pensar em desistir, e se desistirmos em algum momento, não pode haver vergonha em reconhecer que ainda existe tempo para levantar, sacudir a poeira e terminando a frase de um jeito diferente do esperado, dar a volta por baixo, com o aprendizado do resultado negativo anterior.

Não há mal nenhum em parar e descansar, não há mal em se silenciar, não há problema em reconhecer as falhas que temos, não há sentido em fugir para o nada, pois não há lugar para fugir em que você consiga se esconder de Deus e da própria existência, não existe fuga pois não há como fugir de dentro de si mesmo, não há uma forma de se anular a ponto nunca ter existido, e não há como fugir do amor que existe desde antes da construção do tempo.